Fragilidade na segurança dos presídios facilitava ação do PCC em Alagoas

Nove integrantes da diretoria do PCC no Estado estavam presos

Ascom SSPJosé Ricardo Angelo, conhecido como "R ou Ricardo Gordo - Chefe do PCC no Nordeste

José Ricardo Angelo, conhecido como “R ou Ricardo Gordo – Chefe do PCC no Nordeste

Das 19 pessoas presas na manhã desta sexta-feira (21), integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), nove delas já estavam no Sistema Prisional de Alagoas, todos integrantes da “diretoria da facção”, inclusive o chefe no Nordeste e os dois outros líderes de Alagoas.

Era de dentro dos presídios da capital que os líderes da organização criminosa comandavam a distribuição e venda de drogas no Estado, crimes de homicídios, roubos e os incêndios a coletivos, incluindo os que foram incendiados no último final de semana em Maceió.

Para a cúpula de Segurança Pública do Estado, a identificação e prisão dos membros de uma das maiores facções criminosas do país, ramificada em Alagoas, significa um abalo na criminalidade no Estado. Por outro lado, a o fato de a organização comandar os mais diversos crimes de dentro dos presídios mostra, mais uma vez, a fragilidade do Sistema Prisional da Capital.

Durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, o delegado da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN), Gustavo Henrique, responsável pela investigação, disse que o chefe do PCC em Alagoas, responsável pelo comando de mais seis estados do Nordeste, José Ricardo Angelo, também conhecido como “R ou Ricardo Gordo”, está recluso no sistema prisional há, pelo menos oito anos.

Ascom SSPAlexandre Nunes Ferreira, o "Tonicalt", líder do PCC em Alagoas

Alexandre Nunes Ferreira, o “Tonicalt”, líder do PCC em Alagoas

“O Ricardo veio de São Paulo e depois de um tempo aqui foi preso. Ele está há mais de oito anos no sistema prisional e continuou atuando no tráfico de drogas, o que o transformou em um dos grandes distribuidores de drogas do Estado. Isso chamou atenção dos líderes do PCC em São Paulo, com ele tinha contatos, e ele foi nomeado como Sintonia Geral dos Estados do Nordeste”, relatou o delegado.

Após as prisões, os três cabeças foram incluídos na lista de cem reeducandos transferidos hoje para o Presídio do Agreste, considerado de segurança máxima. O presídio está localizado em uma área rural, pertencente ao município de Girau do Ponciando, localizado às margens da rodovia AL-220, uma área onde não existe sinal de telefonia celular, uma desvantagem para quem mantinha contados de dentro dos presídios da capital.

Entretanto, os demais presos, seis que já estavam no sistema e mais dez que foram presos em Maceió e União dos Palmares ficarão reclusos nos presídios de Maceió, que não possuem bloqueadores para aparelhos celulares.

Questionado sobre a possibilidade do grupo, mesmo sem os líderes, continuarem enviando ordens de dentro do sistema para os que estão fora, já que em Maceió os presídios não possuem bloqueio de celulares, o delegado Gustavo Henrique disse que isto foge à alçada da Secretaria de Segurança Pública.

Ascom SSPEduardo de Oliveira Silva, o "Mais Crime", líder do PCC em Alagoas

Eduardo de Oliveira Silva, o “Mais Crime”, líder do PCC em Alagoas

“Infelizmente isto foge da nossa alçada. O papel da secretaria é investigar e prender, e isto nós estamos fazendo corriqueiramente. Nós não temos como controlar o que os presos fazendo de dentro do sistema prisional. A nossa função está sendo feita”, disse o delegado.

Já o coronel Marcos Sérgio, secretário de Estado da Ressocialização, disse que o Estado vem trabalhando para controlar a entrada de aparelhos eletrônicos e também o bloqueio do sinal de celular nos presídios de Maceió.

“Nós temos uma carência de pessoal para atuar tanto na revista como na busca nas celas. Além disso, temos uma quantidade de presos maiores que os agentes. Nós realizamos uma primeira transferência hoje e, assim que estes forem recepcionados, valos solicitar a transferências de mais. Além disso, para acabar com este problema, ou pelo menos diminuir muito, nós estamos com dois processos para a aquisição de um equipamento de bodyscan, que permite a visualização do corpo das visitas, conseguindo detectar inclusive chips; e também de bloqueador de celular para o Cadeião, Presídio de Segurança Máxima, Baldomero Cavalcante e Cyridião Durval. São SOS dois caminhos que a secretaria está implementando para diminuir este tipo de ação”, disse o secretário.

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