Jornalistas da Record que investigavam a Odebrecht são detidos na Venezuela

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Os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson Souza, da Rede Record, que investigavam denúncias de suborno por parte da construtora Odebrecht na Venezuela, foram libertados no início do último domingo (12/2) depois de serem detidos, no sábado (11/2), pelo Serviço de Inteligência venezuelano no Estado de Zulia, no norte do país.

Segundo a AFP, os ativistas José Urbina e María Jose Túa, coordenadores na cidade de Maracaibo da ONG, que os acompanhavam, também foram detidos. Os quatro estavam gravando imagens da chamada ponte de Nigale, uma estrutura prometida em 2005 pelo então presidente Hugo Chávez, morto em 2013, e até hoje não concluída.

“A comissão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) os deteve e os acompanhou até sua sede em Maracaibo para ter uma entrevista. Ao chegar, tiraram seus telefones celulares. A Transparência Venezuela exige sua libertação”, declarou a ONG Transparência Venezuela em um comunicado.
Em nota, a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) diz que todo o material jornalístico produzido pela equipe de reportagem da Record foi apreendido. A entidade ainda classificou a ação do governo venezuelano como algo digno de “regimes ditatoriais que não aceitam o livre exercício da imprensa e temem a verdade.”

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também publicou uma nota de repúdio condenando a prisão dos jornalistas.

“O constrangimento a que foram submetidos é inaceitável em qualquer país do mundo. A liberdade de imprensa e o livre acesso à informação são direitos fundamentais, inerentes aos regimes democráticos, e não podem ser violados sob qualquer pretexto, como estabelece a Carta de São José da Costa Rica, da qual a Venezuela é signatária. A ABI solidariza-se com a Rede Record e os jornalistas atingidos por esse inominável ato de violência. Esperamos que o Governo de Nicolás Maduro se penitencie do grave erro cometido e peça desculpas aos profissionais pela sua prisão, ocorrida em flagrante litígio com o texto dessa convenção internacional”.

De acordo com a reportagem, a Record afirmou em nota que eles “foram perseguidos e detidos, sem explicação” e que “repudia esta atitude violenta e radical que fere a liberdade de imprensa”. O Itamaraty confirmou que foi notificado pela emissora brasileira das prisões, e não pelo governo venezuelano.

Fonte: Portal IMPRENSA

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