Para auxiliar a robustecer provas principalmente contra crimes violentos e atender demanda de pouco mais de mil casos em aberto (entre denúncias de homicídios e estupros), Alagoas passa a partir desta sexta-feira (10) a realizar exames genéticos de identificação humana com a inauguração do Laboratório de Genética Forense, localizado dentro da sede do Instituto de Criminalística (IC), no Centro de Maceió.
De acordo com a chefe de Perícias do Laboratório, Rosana Coutinho, a estatística de casos pendentes é apenas uma estimativa, já que não há como precisar o déficit de exames de DNA que deveriam ser feitos em Alagoas. Antes, os exames eram enviados para outros estados, o que ocasionava demora na resposta. “Diferentemente do teste de paternidade, os testes que vão ser realizados aqui demoram mais por conta da análise e da forma como o sangue foi recolhido, mas vamos liberar com o máximo de rapidez”, garante Rosana Coutinho.
Em 2014, os exames de análise de DNA eram feitos no Laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mas a parceria entre as pesquisas foram encerradas no mesmo ano, o que levou o estado a mandar o material biológico para outros estados. Alagoas termina agora saindo de uma lista de seis estados que não tinham o aparato tecnológico para realizar os exames.
Segundo o governador Renan Filho (PMDB), a verba para erguer o laboratório já estava na caixa do Estado há 10 anos, mas nunca havia sido destinada para a Perícia Oficial. “Hoje entregamos o laboratório que vai ajudar na investigação criminal de forma decisiva, principalmente em crimes muitos danosos para a sociedade como os estupros, danos contra as crianças, crimes contra a vida, de maneira que um laboratório como esse ajuda a constituir provas e condenar decisivamente os envolvidos”, diz Renan Filho.
O governador ressalta ainda que os recursos de R$ 800 mil para a criação do laboratório são 100% de Alagoas, oriundos do fundo estadual de Segurança Pública. Com a construção, o novo espaço conta com uma máquina, o analisador genético de oito capilares que permite a diagnóstico simultâneo de oito amostras, um conjunto de estação de trabalho para genotipagem, além de softwares eletrônicos com sistema proplex, para ampliação do DNA e os reagentes que serão utilizados para as análises.