O poeta, músico e compositor Sebage segue contando a história que começou no show “Love till Death ou Minha Vida beatnik”, em outubro passado. No próximo sábado (6), ele apresenta o show “Missionário”, a partir das 20h, no bar e restaurante Zeppelin, à rua Desembargador Artur Jucá, 40, centro de Maceió. Acompanhado do guitarrista virtuose Toni Augusto, Sebage faz performance intimista cheia de lances místicos. O artista se compromete, ainda, a ler cartas do Tarô para quem se arriscar a mexer com o passado/ presente/ futuro nessa viagem musical com inspirações do glam rock dos anos 1970 e pós-rock dos 80. A noitada inclui o Jantar Tropical assinado por Clandio Schettert, cozinheiro e proprietário do Zeppelin.
O show é mais um passo que Sebage rumo à superfície ou à luz. É que depois de mais de 30 anos atuando no jornalismo, entre uma e outra temporada musical, o cantor e compositor decidiu privilegiar a verve musical, deixando de lado as travações gerais que muitas vezes bloqueiam o caminho de um artista. Há pelo menos dez anos, Sebage não subia ao palco, o que veio finalmente a acontecer em outubro de 2016, com o show “Love till Death”. Como ele diz, saiu das sombras.
“Embora achasse que esse naturalmente fosse o meu lugar – as sombras, o underground –, eu busquei sim a fama, os refletores e a luz, o que é coisa difícil de alcançar, seja em São Paulo, aquela minha outra cidade, ou em Maceió, a província onde nasci. Mas agora o que quero, basicamente, é continuar a fazer música”, explica.
Em 1983, Sebage dava os primeiros passos na canção autoral ao se apresentar num festival de música universitária ao lado de outros jovens músicos, como Félix Baigon, Zé Barros, Júnior Almeida, Gal Monteiro e Deyves. Era o grupo Caçoa Mas Num Manga, que promete voltar este ano num surpreendente revival recheado de velhas e novas composições. Nesse fim de semana, o roqueiro divide o palco com jovens talentos – Alex Moreira e Fernando Brasileiro, da banda Jude, Mário Alencar, da Killing Surfers, e PC Lamar – e o experiente guitarrista Edi Ribeiro, que junto com ele criou o movimento Antropofágico Miscigenado (que retorna ao teatro Deodoro no dia 9, terça-feira).
No repertório de “Missionário”, algumas canções do show “Love till Death” e um tributo a David Bowie. “Tem uma versão da regravação dele de um sucesso dos anos 1960, ‘Sorrow’, que o camaleão registrou no disco ‘Pin Ups’, de 1973. O resto são rocks meus e dos meus amigos.”
Com a coletânea de sucessos “Beatnik” disponível em todas as plataformas digitais (incluindo o YouTube) desde janeiro, Sebage atualmente prepara um EP produzido pelo selo Crooked Tree Records. Ao todo serão oito faixas. “Está sendo um negócio maravilhoso, sensacional mesmo, tudo de bom. As coisas vão acontecendo nessa vida”, diz sem esconder o entusiasmo.
Nos próximos meses ainda vamos acompanhá-lo em exposições de fotos e o lançamento de um livro, “Álbum de Família”, selecionado pelo edital de incentivo literário da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. “Música para mim nunca foi hobby, mas paixão. Então ela voltou, a musa das artes, da música e da poesia, voltou a me perseguir. Eu a persigo desde sempre, é o osso que nunca vou deixar de roer. Não importam os meus lapsos, esses anos todos sem subir ao palco. Garanto que lubrifiquei um pouco, está bem azeitado, massa demais.”
Para essa agitada noite de sábado, o chef Clandio Schettert vai preparar um guacamole tropical e ceviche peruano, além de fatias de berinjelas recheadas com queijos e champignon na manteiga. O convite custa R$ 35, podendo ser adquiridos com o próprio músico ou no restaurante Zepellin. São apenas 30 lugares.
Para reservas e mais informações, ligue (82) 98715 8009 e fale com a anfitriã da casa Ritinha Zeppelin.
