Prevenção e tratamento do câncer de mama são debatidos em audiência pública

Ascom / ALEPrevenção e tratamento do câncer de mama são debatidos em audiência pública

Prevenção e tratamento do câncer de mama são debatidos em audiência pública

Dando sequência a série de audiências públicas em comemoração aos 200 anos do Estado de Alagoas, a Assembleia Legislativa, por iniciativa da deputada Jó Pereira (PMDB), realizou nesta sexta-feira, 12, um debate para discutir acerca da prevenção e tratamento do câncer de mama. Questões como o diagnóstico, os desafios que o Estado enfrenta na área da Saúde, especificamente do câncer de mama, e as dificuldades que as pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) têm para acessar às novas tecnologias foram tratadas durante a audiência.

O objetivo também foi de criar uma comissão, com a participação da sociedade organizada e do Poder Público, visando encontrar caminhos para desburocratizar a assistência às portadoras do câncer de mama. “Para que essas pessoas possam ser diagnosticadas a tempo e assim ter acesso a um tratamento digno, dentro dos prazos legais e proporcionando assim todos os direitos que a lei já assegura, mas que precisam ser garantidos na prática”, disse a deputada Jó Pereira.

A audiência pública foi realizada em parceria com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), que foi representada pela presidente do Grupo Renascer, Nadja Reis, apoiadora das mulheres em tratamento. “Além de darmos apoio à paciente, buscamos espaços como esses, locais de tomada de decisões, para que possamos influenciar nas políticas que vão gerar benefícios para essas pessoas”, contou Nadja, destacando a importância do Parlamento nessa luta.

De acordo com o médico oncologista e representante da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), João Aderbal Raposo Moraes, os últimos dados sobre o câncer de mama em Alagoas apontam 520 casos. “Esse é o tipo de oncologia mais representativa e o que mais atinge a mulher, com cerca de 160 óbitos a cada ano. O que difere de outros estados, embora os números pareçam grandes, em termos percentuais, é que somos um dos menores da federação”, informou Moraes, acrescentando que a nível nacional são 50 casos para 100 mil mulheres, em Alagoas, 35 casos.

Com o novo Plano Oncológico, explica João Aderbal Moraes, o Estado tem oferecido cursos e palestras para os prestadores de serviço da Sesau, bem como vem organizando toda a estrutura da rede de saúde com um novo fluxograma, para que as pacientes tenham acesso à terapia o mais precocemente possível. “E com isso tenham mais êxito no seu tratamento”, completou.

Vencendo o câncer
Jeane Roberto, que participou da audiência pública, contou que travou uma batalha para vencer o câncer de mama descoberto há 11 anos. Segundo ela, a doença foi diagnosticada logo no início, mas se não tivesse realizado os exames na rede privada, o tratamento poderia ter sido muito mais difícil. “Foi doloroso. E vejo que depois de 11 anos a coisa não mudou, porque eu dependia do SUS e quando descobri que tinha câncer, o médico disse: corra”, contou Jeane, lembrando que detectou a doença durante o banho, ao fazer o autoexame. “E como sabia que tudo era demorado, tive que pagar os meus exames, para que não dependesse do SUS e fizesse minha cirurgia com rapidez”, disse.

Ainda em tratamento, a paciente Lícia Roberta relata suas dificuldades em ter acesso a realização dos exames necessários para o tratamento do câncer de mama, descoberto em novembro do ano passado. “Para chegar até esse momento do tratamento é bem complicado. A gente procura agilizar, mas o SUS não colabora muito. A maioria das pessoas tem que pagar os exames por fora para conseguir ter acesso àquela unidade, que vai nos atender e começar o tratamento”, contou Lícia, ressaltando o quanto é doloroso o tratamento de quimioterapia. No entanto, ela conta que tem sido bem assistida na unidade pública onde faz o tratamento.

Lícia Roberta, que recebe o apoio do Grupo Renascer, conta o quanto é fundamental e importante o acolhimento da entidade. “Eles oferecem apoio psicológico, orientação na forma de tratamento, você convive com outras pessoas que estão passando pelo mesmo problema. Ajuda, se você se alegrar, porque o psicológico conta muito e não podemos deixar a peteca cair de jeito nenhum”, disse.

A audiência pública contou com as presenças da professora Dra. Maria Vasconcelos, representando a Universidade Federal de Alagoas (Ufal); da secretária da Mulher, Cláudia Simões; do defensor público Carlos Alberto de Paula; dos médicos oncologistas Rui Costa e Rafael Torquato, além de representantes do Grupo Renascer, da Femama e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB – seccional Alagoas).

Fonte: Ascom / ALE

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