Ameaça de deslizamento preocupa moradores e cinco casas são evacuadas

Após o deslizamento registrado no domingo (23), no Mutange, por conta do rompimento de uma galeria de águas pluviais, cinco casas próximas à linha férrea foram evacuadas por agentes da Defesa Civil de Maceió na manhã desta segunda-feira (24).

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Gustavo Acioli, todas as famílias que estavam na localidade foram encaminhadas para projetos sociais da prefeitura. O objetivo é que elas recebam o aluguel social enquanto esperam pela construção de novas casas. Enquanto isso, as atuais residências em áreas de risco serão demolidas nos próximos dias após análises de engenheiros da própria secretaria.

“De maneira paliativa o que estamos fazendo por aqui é colocar lonas nas barreiras e uma sacaria para levar a água e encaminhar ela para outro lugar. A maioria dos deslizamentos registrados, cerca de 90%, acontece por conta do acúmulo de lixo e falta de vegetação”, disse o secretário.

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Com isso, devido ao risco iminente de desabamento dessas residências, a população permanece assustada. Segundo Aílton Alves, policial militar que teve a sua residência invadida pela lama e pela água durante o domingo, a situação só não foi pior porque ele estava em casa e soube lidar com a situação e manter a “cabeça fria”. “Ainda não avaliei o prejuízo e nesse momento nem quero pensar nisso. Moro aqui há 30 anos e nunca vi nada parecido, já tirei a minha esposa e minha filha assim que vi a água entrando em casa”, disse à reportagem do Alagoas 24 Horas.

Além de Aílton Alves, outra moradora identificada como Maria Aparecida, que também vive na localidade há pelo menos 30 anos, disse que o risco de deslizamento das barreiras não é novidade. “Meu filho isso é tão antigo que não aguentamos mais. Todo ano a reportagem vai lá em casa, faz filmagem e governo nenhum faz nada. Eles só colocam lonas. Ouvi dizer que para tirar a gente daqui e construir novas casas é um serviço muito caro”, desabafa a moradora que teme o pior.

Na casa de Maria Aparecida, na parte do fundo, um enorme barranco ameaça cair por cima da residência dela e de um vizinho. O “paredão” de terra assusta qualquer um a cada dia que chove na capital alagoana.

Ainda segundo os moradores, a água que ocasionou todo o prejuízo vem toda do bairro do Farol. Ela supostamente passa por uma tubulação para desaguar na Lagoa Mundaú.

De acordo com nota enviada à imprensa, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) adianta que o vazamento da galeria não foi causado por obras ou redes operadoras do Estado. A mesma nota informa ainda que a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) só opera apenas com redes de água potável, nunca de coletoras de esgoto. Sem dizer, portanto, qual a origem da tubulação.

VLT suspensos

De acordo com a assessoria de comunicação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), as operações do VLT estão suspensas por 3 dias, prazo solicitado pela prefeitura para realizar obras de reparo da galeria danificada pelas chuvas. A suspensão das operações é em função da segurança de todos os usuários.

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