Audiência pública discute inclusão e caráter educativo da Capoeira

Objetivo foi dar visibilidade e dignidade necessárias a arte, estreitando a união entre o Poder Público e os capoeiristas

Ascom Câmaraunnamed

Com o propósito de apoderar a sociedade do caráter educativo e inclusivo da capoeira, assim como ouvir os mestres e profissionais sobre a atual situação dessa arte tão difundida mundialmente, a Câmara de Maceió realizou audiência pública nesta sexta feira (04), em comemoração ao Dia Municipal da Capoeira e Capoeiristas, instituído pela Lei 5.887/09 de autoria da vereadora Tereza Nelma (PSDB).

O objetivo foi dar visibilidade e dignidade necessárias, estreitando a união entre o poder público e os capoeiristas – fortalecendo ainda mais a relação de respeito a esse movimento, além do desenvolvimento de políticas públicas que farão a capoeira crescer em Maceió e no nosso país.
Segundo Tereza Nelma, momentos como estes são ímpares, principalmente porque a partir desses encontros abrem-se diálogos importantes para a causa. “Estou muito feliz de estar aqui e conseguir, junto com todos esses que acreditam na força da capoeira, dar destaques a questões importantes dessa arte. Eu confio na capoeira e no crescimento desse movimento que merece visibilidade. As audiências servem para isso, dar força ao tema e oportunidade da sociedade se manifestar, seja com ideias, colocações ou críticas construtivas”, afirmou a vereadora.

A audiência, que já acontece pelo oitavo ano consecutivo, contou com a presença de representantes de órgãos e instituições ligadas a cultura, diversos mestres capoeiristas, alunos, educadores e sociedade em geral. Também estiveram presentes professores, jovens e idosos praticantes de capoeira da Pestalozzi, que formaram uma grande roda no início do encontro e trouxeram mais alegria para a Câmara Municipal de Maceió.

Na oportunidade, abordou-se principalmente o caráter inclusivo e educativo da capoeira, explorado principalmente em muitos países, como Israel e Estados Unidos. Segundo o contramestre Carlos, que também é educador, essa arte é uma forma de se ensinar respeito aos jovens. “A capoeira é um ambiente familiar, onde se aprende respeito como o de pai para filho. Assim também deveria acontecer no ambiente escolar, por isso a importância de estarmos dentro das escolas. Mas, infelizmente esbarramos no preconceito institucional. Sou professor municipal de história e vejo que não há esse debate dentro das salas de aula. Quando a criança aprende desde pequena a respeitar, ela crescerá com consciência e o mundo será melhor. A capoeira mostra isso: respeito”, destacou ele.

SUPERAÇÃO – Dona Ana Marinete, 89 anos, discursou e se emocionou ao contar como a capoeira mudou sua vida, dentro do grupo Novo Despertar, da Associação Pestalozzi de Maceió. Segundo ela, é um exercício físico e mental que promove a inclusão entre as pessoas de todas as idades e que a fez aceitar a velhice de uma forma mais alegre e interativa. “A capoeira me liberta do estresse e rejuvenesce a minha mente, além de trazer muitos benefícios para minha saúde. Abaixo do meu Deus vivo está a capoeira que mudou a minha vida. Na minha velhice, posso estar com as mãos fracas, mas meus braços estarão sempre fortes para abraçar meus amigos, graças à capoeira.”, disse.

POLÍTICAS PÚBLICAS – Na oportunidade, Tereza Nelma realçou a importância de que os próprios capoeiristas se apoderem e façam valer as leis que já existem. “Claro que ainda há muito que precisa ser feito. Mas, precisamos, primeiro, cobrar a execução das leis já vigentes”, disse a vereadora.

A presidente do Conselho Municipal de Educação (Comed), Elisângela Mercado, reconheceu o aspecto educativo da capoeira e enfatizou a necessidade de desenvolver resoluções que auxiliem nisso. A presidente finalizou sua fala propondo a criação de uma comissão no Comed, para que seja discutida, minuciosamente, a importância da capoeira no contexto educacional e convidou a todos para uma reunião ordinária do Conselho, no próximo dia 15, onde deverá ser aprovada a resolução referente a estudos étnicos raciais.

 

Fonte: Ascom Câmara

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