Confronto em protesto de supremacistas brancos nos EUA deixa um morto e ao menos 19 feridos

Prefeitura da cidade declarou estado de emergência e, através de um comunicado no Twitter, classificou o ato como uma 'iminente guerra civil'.

ReutersSupremacistas brancos em confronto com grupo antifascista em Charlottesville

Supremacistas brancos em confronto com grupo antifascista em Charlottesville

Uma pessoa morreu e pelo menos outras 19 ficaram feridas durante um confronto durante um protesto de supremacistas brancos na cidade universitária de Charlottesville, no Estado americano de Virgínia, segundo a CNN. Um homem teria atropelado um grupo de pessoas que protestava contra a marcha da extrema-direita dos EUA, que é contra negros, imigrantes, gays e judeus deste sábado (12).

Segundo informações do Departamento de Polícia de Charlottesville, depois que os agentes dispersaram os manifestantes, um carro atingiu várias pessoas que estavam na rua. O motorista já teria sido preso, disseram testemunhas citadas pela imprensa americana.

A morte foi confirmada no Twitter pelo prefeito da cidade, Mike Signer, que disse estar “desolado” por uma vida ter sido perdida em Charlottesville. Na mensagem, ele pede que todas as “pessoas de bem” deixem a manifestação e voltem para suas casas.

Fontes no Hospital da Universidade da Virgínia também confirmaram a morte de um manifestante e informaram que outras 19 estavam sendo atendidas após terem ficado feridas no atropelamento.

Durante confronto, a prefeitura da cidade declarou estado de emergência e, através de um comunicado no Twitter, citou o ato como uma “iminente guerra civil”. Segundo a polícia de Virgínia, alguns manifestantes foram detidos durante o confronto.

A cidade Charlottesville, que tem pouco mais de 50 mil habitantes, foi escolhida como palco dos protestos após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque municipal, segundo a BBC.

O general Lee foi o comandante das forças dos Estados Confederados da América, a união de seis estados separatistas do Sul dos Estados Unidos, durante a Guerra Civil norte-americana (1861-1865). Os Estados Confederados, do sul americano buscaram a independência para impedir a abolição da escravatura. Mesmo após a derrota definitiva no conflito, Lee se tornou um símbolo dos movimentos de extrema-direita norte-americanos, que ainda hoje o lembram como um herói.

A remoção da estátua de Lee foi considerada como uma afronta pelos grupos de direita, que decidiram protestar. Atualmente, várias cidades americanas vêm retirando homenagens a militares confederados – o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de outro.

Por precaução, mais de mil agentes de segurança tinham sido mobilizados, segundo a Efe, e o governador do estado, o democrata Terry McAuliffe, tinha pedido aos cidadãos que se mantenham afastados do protesto.

Na noite desta sexta-feira (11), centenas de homens e mulheres carregavam tochas, fizeram saudações nazistas e gritavam palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus.

O protesto foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o evento “Unir a Direita”, previsto para este sábado na cidade e que prometia reunir mais de mil pessoas, incluindo os principais líderes de grupos associados à extrema direita no país.

Protesto de sexta-feira

De acordo com a BBC, os participantes do protesto de sexta-feira carregavam bandeiras e gritavam palavras de ordem como: “Vocês não vão nos substituir”, em referência a imigrantes; “Vidas Brancas Importam”, em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e “Morte aos Antifas”, abreviação de “antifascistas”, como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazistas.

Estudantes negros do campus da universidade da Virginia e jovens que se apresentavam como antifascistas tentaram fazer uma “parede-humana” para impedir a chegada dos manifestantes à parada final do marcha, uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas Jefferson.

Reações

Donald Trump usou sua conta oficial no Twitter para se manifestar sobre o confronto. “Nós todos devemos estar unidos e condenar tudo o que representa o ódio. Não há lugar para esse tipo de violência na América. Vamos continuar unidos”, afirmou.

A primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, também condenou o confronto no Twitter. “Nosso país incentiva a liberdade de expressão, mas vamos nos comunicar sem ódio em nossos corações. Nada de bom vem da violência”, afirmou.

Fonte: G1

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