Moradores das grotas de Maceió reivindicaram, na manhã desta segunda-feira (14), durante audiência pública na Câmara Municipal de Maceió, ações preventivas que possam evitar deslizamentos de barreiras e mortes, como foi registrado em junho na Grota Santa Helena, no bairro de Santo Amaro, quando quatro pessoas foram soterradas. Os moradores cobraram ainda maior assistência do Poder Público, relataram a falta de estrutura nessas localidades e apelaram para que os gestores voltem o olhar para as grotas.
A audiência foi proposta pelo vereador Eduardo Canuto (PSDB) e contou com a presença do vereador Francisco Sales (PPL), do deputado estadual Ronaldo Medeiros (PMDB), representantes de órgãos estaduais e municipais, além de líderes de grotas, que puderam expor a situação das localidades e apelar por soluções. Todas as demandas serão encaminhadas às secretarias responsáveis para que possam tomar as providências, como informou Canuto.
“Fomos o primeiro Legislativo a fazer a discussão sobre as grotas, quando realizamos, o ano passado a primeira audiência pública para discutir o assunto. Essa audiência, diferente da primeira que era para alertar sobre as dificuldades, tem um papel importante de apresentar um novo diagnóstico das 76 grotas de Maceió e das mais de 250 mil famílias que moram nessas localidades, para que, com políticas públicas, seja possível dar maior dignidade a todos vocês”, disse Eduardo Canuto, ao destacar que um segundo momento será realizado na Assembleia Legislativa, que por convocação do deputado Ronaldo Medeiros realizará audiência para debater o mesmo tema.
O presidente do Movimento de Humanização das Grotas, Robson Lima, apresentou um vídeo no qual mostrou a situação das comunidades. “A situação era de abandono. As grotas eram esquecidas. O movimento veio para lutar para que as grotas sejam vistas, reivindicar dos governos investimentos. É esse o nosso apelo. A gente sabe que o Poder Público não tem condições sozinho, mas precisamos da bancada federal, que coloque emendas no orçamento com recursos destinados às grotas”, destacou.
COMITÊ – A liderança defendeu ainda a redução do valor do aluguel das casas disponibilizadas pelo município para os moradores que perderam seus imóveis com a chuva. Segundo ele, a taxa hoje do aluguel social está entre R$ 80 a R$ 220, um valor que não têm condições de pagar.
Os moradores também sugeriram que seja criado um comitê permanente que se reúna com as lideranças a cada 15 dias e disseram que não adianta colocar escadaria sem ouvir a comunidade.
Mário Farofa, prefeito comunitário do Jacintinho, enfatizou para a necessidade de construção de creches para que as mães que trabalham possam deixar seus filhos em segurança. Disse que a creche do Reginaldo está sem funcionar há três anos.
AÇÕES – Disney Pinto, secretário-adjunto de Obras da Secretaria Municipal de Infraestrutura pontuou todas as ações que vêm sendo realizadas nas grotas, como desobstrução de galerias, limpeza de canais e construção de escadarias.
Dinário Lemos, secretário-adjunto Especial da Defesa Civil, destacou o trabalho conjunto realizado pelo Poder Público e as lideranças no levantamento de assistência às famílias, casas e estradas afetadas pelas chuvas. Ele informou que há 30 metas a serem cumpridas e revelou que “está aprovado pelo governo federal um recurso R$ 25 milhões para reconstrução. O recurso já está empenhado e, esta semana, acreditamos que deve ser liberado para que a secretaria possa dar início às obras. Temos mais R$ 4 milhões em análise”, ressaltou.
