Monstro sagrado da música alagoana vai ao Antropofágico Miscigenado

O cantor e compositor Ibys Maceió, que comemora 40 anos de carreira, faz o pocket show do movimento na terça-feira (10), no jardim do teatro Deodoro

Ibys Pe B
O cantor, compositor e violonista Ibys Maceió traz o samba e a bossa nova – com esse molho “caeté” que só ele tem – para o palco ao ar livre do movimento Antropofágico Miscigenado, que acontece no jardim do teatro Deodoro, mensalmente, às terças-feiras. Nessa próxima terça (10), a partir das 17h30, além de Maceió, o evento organizado por músicos com apoio da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (a Diteal) apresentará pela primeira vez um recital de poesia. Será uma homenagem a Jorge Cooper (Maceió, 1911-1991) em declamações da obra do poeta feita pelo ator Chico de Assis, pelo artista visual e poeta Arthur Buendia e pelo músico e poeta Sebage, este integrando a equipe responsável por esses de tardes no teatro Deodoro, que adentram a noite celebrando a música e a cultura alagoanas.
Ibys Maceió, que se divide entre a terra da garoa, a capital paulista, e esta terrinha, atualmente em temporada maceioense, está em ótima forma, fazendo show por onde passa. “Minha trajetória, apesar dos contratempos, vai otimamente bem”, ele diz, avisando que está “sempre mais em Sampa”. “É a cidade que me acolheu desde 1974. Não moro, moro mesmo em Maceió. Tenho viajado bastante para Rio de Janeiro e interior do Estado de São Paulo: Araraquara, Santos, Olímpia e outros municípios.”
Nascido na terra do mítico Domingos Fernandes Calabar (“o herói da traição”, segundo a obra de Chico Buarque e Ruy Guerra), o músico diz sentir-se bem em “ser alagoano e de Porto Calvo”. Sobre os encontros do Antropofágico Miscigenado, movimento criado pelo cantor, compositor e guitarrista Edi Ribeiro em parceria com Sebage, em janeiro deste ano, Maceió declara que “já tinha ouvido falar”.
“Soube através da internet e de amigos. Edi Ribeiro e todos vocês que organizam o movimento estão de parabéns. Nossa musica, nossos compositores precisam ser mais reconhecidos e lembrados. E esse trabalho que vocês estão fazendo é fundamental.”
O veterano Ibys Maceió conta que apresentará “composições novas” num show de mais ou menos 40 minutos. “Também farei algumas músicas já conhecidas”, afirma esse fértil compositor.
Excelente cantor de voz metálica e maleável tanto ao samba quanto à bossa nova – sem esquecer os doces boleros e baiões que seguem fisgando o público com a técnica e a sensibilidade de um dos nossos maiores artistas, o músico explica que tentará “sintetizar” no pocket show “um trabalho de mais de 40 anos”. “O tempo é curtíssimo. Mas estou feliz pelo convite do conterrâneo e amigo Sebage.”
Em tempo: a longa trajetória será levada ao cinema pelas mãos do diretor Marcelo Atitude, que produziu o documentário “Ibys Maceió – 40 Anos de Música”. “Estamos viabilizando espaço em São Paulo para o lançamento”, indica o homenageado.
Amigos e admiradores aparecem no filme, entre os quais os jornalistas Luiz Nassif e Audálio Dantas e os músicos Sérgio Turcão, Eduardo Gudin, Renato Fialho e Tânia Leite. “Ibys é um poeta, um músico e compositor que tem em seu sangue a resistência de Domingos Fernandes Calabar”, declara o pesquisador Claudevan Melo.
“A resistência pelo melhor, por um mundo que não seja tão anticultura”, continua Melo, afirman do que as gravações do artista “são recheadas de ricas e harmoniosas formas e de notáveis divisões”. “É um samba tomado de bossa e de influências de profundo regionalismo. E além de tudo, ele é um divulgador de grandes poetas e compositores e músicos, como Welington Pinheiro, como Siqueira Lima, como Fernando Melo… E compositores como Marcos de Farias Costa e Rogério Noé da Cruz. Ibys é um músico completo.”

Antropofágico Miscigenado – Com Ibys Maceió apresentando “40 anos de música” e recital de poesias de Jorge Cooper com Chico de Assis, Arthur Buendia e Sebage. Terça-feira (10). Abertura da casa: 17h30; introdução: 18h; recital: 18h30; pocket show: 19h10; microfone livre: 19h50. Até as 21h30. Não é cobrado couvert, mas a produção passa a caixinha entre o público.
Teatro Deodoro – Rua Barão de Maceió, 375, Praça Deodoro, centro de Maceió. Tel. (82) 3315 5665.

Fonte: Assessoria

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