Trump mantém plano de fiscalizar redes sociais de imigrantes e cidadãos naturalizados

Nova medida prevê a coleta de informações trocadas via redes sociais entre imigrantes que já estejam nos EUA e pessoas de fora do País.

ReutersFacebook

WASHINGTON – O Departamento de Segurança Interna dos Estados unidos anunciou que a partir do dia 18 de outubro começará a coletar dados de redes sociais de todos os imigrantes que entrarem nos Estados Unidos. A medida tem gerado grande polêmica e protestos contra a invasão de privacidade começam a acontecer em todos os Estados Unidos.

A nova medida é extensiva aos portadores de green card (residentes permanentes) e cidadãos naturalizados. Como justificativa o Departamento anunciou que a medida busca aprimorar o sistema de segurança dos EUA. A medida publicada no Federal Register na semana passada deve permitir a busca e coleta de informações nas redes sociais de todos os imigrantes registrados.

A coleta de dados alarmou os grupos de privacidade e advogados de imigração, que expressaram preocupações sobre como o departamento usaria a informação. Advogados dizem que eles também se preocupam com o fato de que o monitoramento poderia ingerir informações sobre os cidadãos americanos que se comunicam via mídias sociais com os imigrantes.

Os esforços para coletar informações de mídia social não são exclusivos da administração Trump. Durante a administração Obama, o departamento começou a pedir aos visitantes que fornecessem voluntariamente informações de mídia social e tivessem quatro programas piloto de triagem.

CONTROLE DAS REDES SOCIAIS

Em janeiro deste ano, o inspetor geral do Departamento de Segurança Interna publicou um relatório informando que programas-piloto estariam sendo desenvolvidos pelo departamento para facilitar a busca de informações sobre pessoas que aplicam petições para imigrar aos Estados Unidos.

Em maio, a administração de Trump aprovou um novo questionário a ser preenchido por todos os requerentes de vistos com campos para preenchimento de suas redes sociais e informações publicadas nos últimos cinco anos. No formulário também é necessário preencher informações biográficas dos últimos 15 anos.

Para a brasileira e advogada de imigração Renata Castro, o plano do Departamento é obter o máximo possível de informações sobre os candidatos a vistos. Segundo ela, o cruzamento de dados pode fornecer informações decisivas para que o visto seja aprovado ou negado. “As redes sociais dizem muito sobre as pessoas, mas muito mais sobre os seus planos. É nesse sentido que a busca da imigração deve acontecer”, acredita Renata Castro.

“É importante que os interessados em imigrar saibam que a imigração está adotando esta postura e que toda informação é importante e pode definir o sucesso do caso. Uma coisa é certa, por mais invasivo que pareça, não podemos duvidar que de fato a imigração esteja executando esta medida. Estamos vendo, dia-a-dia, novas mudanças que antes considerávamos absurdas. É nítido que Trump está tentando endurecer os procedimentos”, alerta Castro.

Fonte: The New York Times / One Vox Press

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