Movimento LGBT pede punição para vereador e cobra respeito

Milton Rodrigues / Alagoas 24 HorasManifestantes entraram com pedido contra Ronaldo Luz e pedem que o Conselho de Ética análise.

Manifestantes entraram com pedido contra Ronaldo Luz e pedem que o Conselho de Ética análise.

Um protesto realizado na frente da Câmara Municipal de Maceió, na tarde desta terça-feira (17), por membros da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais) solicita que a Comissão de Ética da Casa de Mário Guimarães analise a conduta do vereador e médico Ronaldo Luz (PMDB) responsável por um discurso polêmico no qual teria dito que homossexualidade é uma “doença”. O fato gerou séria discussão na comunidade e continua repercutindo em Maceió.

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Com cartazes e palavras de ordem, o grupo pressionou o vereador e ele acabou utilizando a Tribuna da Casa, na sessão desta tarde para pedir desculpas. “Solicitamos uma retratação, queremos que o vereador responda na Comissão de Ética da Casa e que ele seja julgado pela quebra do decoro”, afirma Júlio Daniel, presidente do Conselho Estadual de Combate à Criminalização LGBT em Alagoas.

Segundo o presidente, paralelo ao questionamento levado à Câmara, um pedido formal foi enviado ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) para que Ronaldo Luz, que é médico e ginecologista, tenha a conduta como profissional questionada e seja também punido. “O homossexualismo não é tratado como doença desde 1993, e ele como médico deveria saber disso. Não cabe mais esse tipo de comportamento nos dias de hoje”, ressalta Júlio Daniel.

“Tudo não passou de mal entendido”

Em clima tenso, a sessão foi iniciada por Ronaldo Luz que, logo adiantou a sua opinião sobre o ocorrido. De acordo com o vereador, tudo não passou de um “mal entendido” e que a sua fala estava redirecionada para a TV Globo e suas novelas e não especificamente para a questão do homossexualismo. “O meu tema de quarta-feira passada era exatamente repudiar a TV Globo com seus programas, suas novelas, que leva a uma informação banalizada da sexualidade. Esse sim era o tema principal”, disse em plenária.

O vereador seguiu e lembrou ainda que é um médico eleito com pouco mais 8 mil votos, entre familiares e seus próprios pacientes e que nunca teve problemas quanto a isso. “Não tenho preconceito nenhum, eu repudio a homofobia e quem me conhece sabe muito bem disso. São 36 anos de formado”, disse.

Outros vereadores saíram em sua defesa. Foi o caso do Siderlane Mendonça (PEN), Silvania Barbosa (PRB) e Fátima Santiago (PP). Com o elevado número de público na audiência de hoje, houve um princípio de tumulto entre membros do movimento LGBT e funcionários da Câmara na entrega do documento contra o vereador.

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