Presos em cadeias do RJ postam vídeos e selfies em redes sociais

Reprodução/TV GloboPresos usando redes sociais

Presos usando redes sociais

Mesmo presos, internos do sistema penitenciário do Rio de Janeiro têm fácil acesso à internet. Alguns deles, conforme exibiu nesta segunda-feira (18) o RJTV, são figuras conhecidas nas redes sociais, quase “blogueiros”. A Secretaria de Administração Penitenciária comunicou que abriu sindicância para apurar as irregularidades.

A princípio, para entrar nos presídios todos os visitantes passam por uma revista e não é permitida a entrada de celular. Ainda assim, os detentos Matheus Ribeiro, de 21 anos, Gilson Pereira, 25, e Fabrício dos Santos, 22, têm perfis muito ativos nas redes.

Em tese, as penitenciárias onde dois deles estão têm bloqueadores de celular, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Do lado de fora, dependendo da operadora, o telefone fica fora de serviço. Ainda assim, dentro do presídio os internos têm conseguido usar os aparelhos.

O RJTV teve acesso ao processo judicial ao qual Gilson responde devido a uma postagem. O homem está preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, acusado de assalto uma empresa de telefonia. A pena foi agravada porque ele carregava uma arma de fogo e estava com outros criminosos.

Na Penitenciária Alfredo Tranjan, onde ele está preso, conhecida como Bangu 2, teoricamente há bloqueador de celular. A unidade foi construída para abrigar 913 presos, mas hoje tem 2.838 homens em prisão provisória e em regime fechado, mais que o triplo do previsto.

De dentro da cadeia, Gilson escreveu numa rede social: “Pode rir, mas não desacredita, não, é só questão de tempo”. Em foto publicada, ele aparece fumando, de fone e celular.

Já Matheus, também interno em Gericinó, foi preso em maio deste ano junto de dois comparsas acusado de roubar um carro com dois passageiros dentro, no Andaraí, na Zona Norte. Na fuga, os criminosos bateram num poste e uma vítima ficou em estado grave.

O homem tem publicado uma sequência de fotos dentro da cadeia. Numa postagem, inclusive, ele pede para o juiz soltá-lo. Em outra, diz: “Só quem já passou o calor das grades, vai saber dar valor ao calor da liberdade”. A Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha, onde Matheus está, segundo o CNJ, tem bloqueador de celular. Projetada para 750 presos, abriga 1.780.

O amplo acesso à internet não se resume às penitenciárias de Bangu. Fabrício, preso na Cadeia João Carlos da Silva, em Japeri, na Baixada Fluminense, também costuma postar com regularidade. O homem responde por tentativa de homicídio e latrocínio e, numa publicação, escreveu: “Só bobeira em Japeri”. Até vídeos cantando com colegas de cela são postados por ele.

Segundo o cadastro no Conselho Nacional de Justiça, a penitenciária onde está Fabrício não tem aparelho bloqueador de celular e está superlotada. A unidade foi projetada para comportar 884 presos e, atualmente, abriga mais que o dobro, 1.965.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos