Sobreviventes da chacina de Teotônio Vilela prestam depoimento à Polícia

ReproduçãoA casa foi invadida por criminosos se passando por policiais

A casa foi invadida por criminosos se passando por policiais

Após a chacina, ocorrida na madrugada desta terça-feira, 13, na cidade de Teotônio Vilela, duas vítimas – sobreviventes do crime – estiveram no 79° Distrito Policial para prestar depoimento sobre o caso.

Os depoimentos estão sendo acompanhados pelo delegado Fábio Costa, gerente de Polícia Judiciária da Região 3 (GPJ3), que falou com a imprensa e contou que a Polícia Civil já iniciou as investigações com o intuito de identificar e prender os autores do crime.

“Estamos colhendo todos os elementos para que a gente tenha um norte nas investigações.  Vamos tentar sim – se possível –  prender em flagrante os autores deste crime covarde e que chocou toda a população de Alagoas. Já estamos ouvindo as vítimas, duas pessoas que sobreviveram a esta chacina. Estamos tentando saber se estes indivíduos  são de Teotônio Vilela. Estamos apresentando diversas fotografias a estas pessoas (vítimas) e colhendo relatos, tentando  montar o quebra-cabeça. A gente tem pressa em apresentar o que aconteceu de fato, mas tem que ter cuidado para não apresentar uma falsa elucidação. É melhor trabalhar com cautela e mostrar o que realmente aconteceu”, afirmou o delegado.

Depoimento de testemunha

Uma dessas sobreviventes, que iremos identificar apenas pelas iniciais E.J., por questões de segurança, disse aos sites da região que sua irmã B.S. e o marido, Leonildo Farias dos Santos, foram levados pelos criminosos após as mortes da sua mãe: Sirlene da Silva, do seu padrasto, Altemir Terto da Silva e o do jovem,  Edson da Conceição, o “Nego Noia”.

A vítima sequestrada foi estuprada pelos criminosos, que chegaram a introduzir um cassete em sua vagina e, após o abuso, ela foi liberada pela quadrilha. Esta vítima foi encaminhada para a Unidade Mista de Saúde Nossa Senhora das Graças, em Teotônio Vilela onde recebeu atendimento médico e depois liberada.

O delegado acredita que o bando tenha abusado da jovem como forma de torturá-la. “A jovem foi liberada pelos indivíduos depois do caso. Eles teriam feito isto para ferir e torturar. Estamos investigando para saber quem teria interesse nesta situação”, disse o delegado.

Já o seu companheiro, Leonildo Farias, conhecido como “Pataca”, foi assassinado a pauladas e seu corpo foi encontrado, horas após o sequestro, por trabalhadores rurais em terras da Usina Guaxuma, nas proximidades de Coruripe.

Ascom/PC/ ArquivoLeonildo Farias dos Santos, o Pataca

Leonildo Farias dos Santos, o Pataca

Pataca é suspeito de ter assassinado o cabo da reserva da Polícia Militar, José Lima da Silva, 55 anos de idade, ocorrido em novembro de 2012, no Pontal de Coruripe. Ele também é suspeito de envolvimento com tráfico de drogas, assaltos e homicídios.

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Relatos do crime

A sobrevivente do crime informou também que a quadrilha chegou à residência da família por volta das 3h e os homens, encapuzados e vestidos com camisas pretas, se passavam por policiais. Ao entrar na casa, o bando matou sua família e ainda a agrediu e machucou sua filha de apenas quatro anos. 

“A gente estava dormindo e só escutou ‘mão na cabeça. Cadê as armas e drogas?’. Aí eu disse que não tinha nada não em casa e que sobrevivemos de carroça (atividade de carroceiro). Eles não acharam nada de droga. Minha mãe já estava indo no Fórum e ia se aposentar. O que levaram foi um celular e R$ 140,00, que eu tinha recebido do Bolsa Família. Eles disseram que era polícia e estavam com fuzil e metralhadora. Mas não acredito que seja polícia. Eles já vieram para matar mesmo. Eles machucaram a minha filha e colocaram o revólver na cabeça dela e na minha. Acho que só não fui morta porque estava com ela”, contou E.J.

A sobrevivente da chacina relatou também que os criminosos disseram que ela e sua irmão teriam que abandonar suas residências se não quisessem morrer. “Eles mandaram a gente ir embora se não iam matar eu e minha irmã”, disse.

Os policiais civis, coordenados pelo delegado Fábio Costa, realizam diligências a fim de encontrar elementos que comprovem a autoria dos crimes. “Diversas equipes estão empenhadas em esclarecer o caso. Não descartamos nenhuma possibilidade e qualquer hipótese será considerada”, finalizou o delegado.

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