Movimentos sem-terra realizam ações em Maceió pelo fim da violência e da impunidade de ontem e hoje

3O dia 17 de abril marca os 22 anos do maior crime contra trabalhadores rurais em luta pela terra, o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no Pará, em 1996. Para relembrar o episódio e pedir o fim da violência, entre outras reivindicações, entre os dias 15 e 17, movimentos do campo vão fazer ações conjuntas na capital de Alagoas.

Os sem-terra, acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), pela Via do Trabalho e pelo Movimento de Luta pela Terra (MLT), chegam à Maceió por volta do meio dia de domingo, 15/4, e terão assembleia unitária à noite.

Na segunda-feira, 16/4, ao menos 70 camponeses vão doar sangue e, em seguida, haverá um ato público pelas ruas do Centro da cidade, com a participação de cerca de 3000 trabalhadores rurais. A mobilização visa resgatar a história, denunciar a impunidade e homenagear os camponeses assassinados, a exemplo de Oziel Alves, jovem de 17 anos, que foi executado de joelhos na frente de todos gritando: “viva a Reforma Agrária!”.

Uma celebração ecumênica em memória aos mártires da terra será realizada na terça-feira, 17/4, às 8h, na Praça Deodoro. Neste mesmo dia, os movimentos esperam ter audiências para discutir suas demandas. No Massacre de Eldorado dos Carajás, 19 trabalhadores rurais sem-terra foram assassinados por mais de 150 policiais militares no sudeste do Pará.

10 foram executados à queima roupa, outros 9 foram mutilados até a morte e 2 faleceram em consequência dos ferimentos, totalizando 21 vítimas da matança. Os sem-terra seguiam numa marcha pacífica rumo à Belém, em busca do diálogo e negociação com o Governo do Pará, quando foram brutalmente atacados.

A jornada, em referência à tragédia, está conectada ao conjunto das lutas atuais dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. A mobilização desta semana acontece frente à um contexto de crise política no país, em que a democracia sofre duros golpes e a violência contra os ativistas se intensifica, tanto no campo, quanto na cidade.

Fonte: Assessoria

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