Mulher usava bebê para transportar drogas entre a favela da Maré e a Baixada Fluminense

Polícia Civil e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro deflagraram operação para prender suspeitos de envolvimento com tráfico, roubo de cargas e de motos no Rio de Janeiro.

Reprodução / G1 e TV GloboAs irmãs Brenda e Monique Herbst Mendonça foram presas. A primeira está grávida.

As irmãs Brenda e Monique Herbst Mendonça foram presas. A primeira está grávida.

A operação que resultou na prisão de 14 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, nesta terça-feira (15), no Rio, entre elas a de uma mulher prestes a dar à luz, identificou que traficantes usavam mulheres para transportar drogas até nas roupas dos filhos.

De acordo com as investigações, Brenda e Monique Herbst Mendonça, duas irmãs, trabalhavam como funcionárias do tráfico da Praia de Mauá, em Magé, na Baixada Fluminense. Brenda, que está grávida foi presa na operação desta terça-feira; sua irmã foi capturada nesta quarta-feira, 16.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Mônica levava as drogas entre a Maré e a Baixada Fluminense, juntamente com o filho, de 1 ano de idade. “Ela se utilizava do filho de tenra idade para levar as drogas “, explicou o promotor Fábio Corrêa, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado.

As mulheres e menores, segundo as investigações da Delegacia de Combate as Drogas (Dcod), eram responsáveis por transportar as drogas e armas.

“Essas pessoas passam despercebidas, e quando há alguma consulta, nada consta, e a pessoa é liberada”, disse o delegado Felipe Curi, titular da Dcod.

As duas agiam a mando de José Josimar Nascimento da Silva, que, segundo a investigação, controlava o tráfico de drogas na Praia de Mauá, mesmo preso. A Secretaria de Administração Penitenciaria (Seap) será oficiada.

Com autorização da Justiça, os investigadores gravaram criminosos conversando por telefone. Numa ligação entre integrantes da quadrilha, eles combinam de atear fogo em ônibus no bairro de São Franciso, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, após a morte de um bandido.

– “Tá pegando fogo mesmo?”

– “Muito, muito mesmo.”

– “Um só?”

– “Só.”

– “Esses moleques estão de marola.”

– “Relaxa, já tinha outro já parado atrás.”

– “Pegando fogo também?”

– “Não, preparando (risos)”

– “Ahn?”

– “Se preparando pra ir de embalo.”

 Núcleos 

Segundo a polícia, na quadrilha havia núcleos de roubos de cargas na Baixada Fluminense e de roubo de motos na Maré. “Todos esses roubos de carga e roubos de veículos são conexos à prática do tráfico de drogas, além dos homicídios”, explicou ele.

No roubo de motos, de núcleo localizado na favela Nova Holanda, na Maré, os traficantes saiam para roubar nas principais vias expressas próximas ao conjunto de favelas: Linha Vermelha e Avenida Brasil, além da Washington Luiz, em Duque de Caxias.

“Eles roubavam uma média de 20 motos por semana”, explicou Felipe Curi. Em 2017, um atleta de handebol foi morto com 7 tiros após se assustar e reagir quando teve sua moto roubada.

Os roubos de cargas já ficavam a cargo do núcleo da Baixada Fluminense: São João de Meriti, Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Magé.

“O roubo de cargas se tornou tão especializado que eles chegavam a abrir mão de cargas mesmo após roubar a carga” , disse o delegado Vinícius Domingos, da 55ª DP (Queimados).

Na manhã desta terça, as polícias Civil e Federal deflagraram outras operações na Região Metropolitana do Rio.

Operação Metástase II

  • Deflagrada pela Delegacia de Combate às Drogas e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do MP;
  • O objetivo é cumprir 28 mandados de prisão contra denunciados por tráfico de drogas;
  • Há equipes em Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo e Magé, na Baixada; e no Rio;
  • A quadrilha roubava mortos importadas e transportava drogas e armas;
  • Um dos principais modos de atuação dos traficantes é cooptação de menores de idade;
  • Até as 7h15, 14 haviam sido presos.

Camelódromo da Uruguaiana

  •  A cargo da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco);
  • Construção e venda de boxes eram toleradas pela administração;
  • Há ainda a suspeita de extorsão: o dono de algus boxes alega ter sido obrigado a pagar até R$ 5 mil por ponto, sob ameaça de fechamento;
  • Foram presas quatro pessoas até as 8h;
  • Dois dos pegos são líderes do centro comercial: João Lopes do Nascimento, presidente, e Antônio Carlos Ramos Peixoto, vice-presidente.

 Operação Alçapão

  •  Sob responsabilidade da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol);
  • Quatro policiais civis e um agente penitenciário foram presos;
  • Os agentes públicos são suspeitos da prática de jogo de bicho, formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro;
  • A operação mira nos chefões da contravenção.

Operação Asclépio

  •  São 30 policiais federais para cumprir 8 mandados de busca e apreensão;
  • O alvo é um suposto esquema de cobrança de vantagens indevidas e fraude em procedimentos licitatórios para aquisição de produtos hospitalares;
  • Profissionais de um hospital pertencente a uma organização militar são investigados;
  • Asclépio é o deus da medicina na mitologia romana.

Areais da Milícia

  • Deflagrada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente;
  • Paramilitares da Liga da Justiça estão extorquindo de donos de areais legais e abrindo outros ilegais;
  • Oito pessoas foram presas.

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