Cirurgião alagoano fala sobre caminhos da cirurgia bariátrica em Fortaleza

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Em 2016, mais de 100 mil pessoas passaram por cirurgias bariátricas no Brasil. O procedimento, além da redução de peso, é indicado para o controle ou remissão de diversas doenças associadas à obesidade.

Para discutir o assunto, de 06 a 09 de junho, o especialista alagoano, Antônio de Pádua, participa do XIX Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, em Fortaleza. No evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), ele será um dos debatedores da mesa redonda que discute a necessidade de mais opções cirúrgicas.

“Hoje, a medicina é capaz de ajudar pacientes que sofrem com problemas decorrentes da obesidade. Muito além da perda de peso, a cirurgia bariátrica devolve qualidade de vida, com a remissão de doenças como hipertensão, problemas nas articulações, diabetes tipo 2, asma, entre outras complicações. Imagine poder recomeçar, adotar hábitos mais saudáveis e ter uma nova vida”, disse Pádua.

No congresso, ele participará da mesa conduzida pelo cirurgião João Batista Marchesini, onde debaterá sobre os procedimentos não endossados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), ao lado do especialista Cláudio Corá Montin. “Sem dúvida, esta será mais uma oportunidade de discutir a evolução das técnicas cirúrgicas, bem como trocar informações com profissionais de todo o Brasil”, destacou.

Obesidade em números

Uma pesquisa feita Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, sigla em inglês) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostrou que 30% da população mundial (2,2 bilhões de pessoas) têm sobrepeso ou obesidade.

Ao todo, estima-se que há 700 milhões de obesos no mundo (pessoas com Índice de Massa Corpórea – IMC – acima de 30). Destes, cerca de 100 milhões são crianças. Além disso, existe 1,5 milhão de indivíduos com sobrepeso (IMC entre 25 e 30). No Brasil, os números apontam que 18,9% da população é obesa, e 53,8% de pessoas têm excesso de peso. As mudanças nos hábitos de vida dos brasileiros nos últimos dez anos são os principais fatores que influenciaram no crescimento da obesidade e aumento da prevalência de diabetes (61%) e hipertensão (14%).

De acordo com o cirurgião Antônio de Pádua, para ser eletivo, o paciente precisa atender a algumas exigências, como ter idade entre 18 e 65 anos e não ter tido sucesso no tratamento clínico realizado por, pelo menos dois anos, e obesidade mórbida instalada há cinco anos, por exemplo.

“É importante que o paciente entenda que a cirurgia vai além do trabalho do cirurgião. É necessário procurar um médico especializado na área para obter o diagnóstico de obesidade mórbida, com a comprovação de que o caso clínico exige urgência ou emergência – doenças como pressão alta, diabetes, distúrbios do sono, depressão, problemas cardiovasculares, entre outras, bem como mudar hábitos para não voltar ao peso de antes do procedimento indicado”, explicou o especialista.

Além dos aspectos elencados acima, ter o IMC entre 35kg/m² e 39,9 kg/m² 39,2 com doenças associadas que possam ameaçar a vida (diabetes, doenças cardíacas, apneia do sono, hipertensão artéria, entre outras) ou ser um paciente que apresente IMC igual ou maior que 40 kg/m², independente de comorbidades, estão entre as demais exigências para estar apto à cirurgia.

“Mesmo que o doente preencha todas as exigências, ele pode ser barrado pelo médico caso seja um paciente psiquiátrico descompensado ou tenha demências graves ou moderadas. A utilização de álcool ou drogas ilícitas também impede a realização da cirurgia”, disse.

Fonte: Assessoria

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