IML confirma estupro e tortura contra menina de 3 anos internada no HGE

Criança continua internada na UTI pediátrica da unidade de saúde com grave lesão neurológica

Déborah Moraes / Alagoas24Horas

HGE

Atualizada às 16h10

A Perícia Oficial divulgou nesta quarta-feira, 17, o laudo do exame realizado em uma menina de 3 anos, que havia sido internada no Hospital Geral do Estado (HGE), no dia 4 de outubro, supostamente vítima de estupro. O laudo apontou a presença de lesão da mucosa anal, provocado por ação de instrumento contundente, apresentando ainda risco de morte. O principal suspeito do crime é o padrasto da criança, preso um dia após a internação dela, enquanto acompanhava seu tratamento na unidade de saúde e, posteriormente, liberado pela polícia.

Lembre o caso: Padrasto suspeito de estuprar menina de 3 anos é preso no HGE

O perito médico legista Luiz Antônio Mansur Branco, do Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima, responsável pelo laudo, informou ainda que a membrana himenal estava íntegra coraliforme, mas, a região do ânus apresentava uma fissura em mucosa anal. O laudo deixa claro que essa lesão anal não tem relação com a possível queda da própria altura que a vítima teria tido, por apresentar apenas lesão interna e sem comprometimento da região perineal.

Ascom / Perícia Oficial

Perito Médico Legista Luiz Antônio Mansur Branco, do Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima

Segundo o legista, a menina apresentava estado grave, estava intubada com ventilação mecânica, sedada, reativa aos estímulos, e sem condições de avaliação motora. Ainda ficou constatado equimose (mancha na pele produzida por extravasamento de sangue) e edema na região frontal à direita, nas regiões esternal, maxilar esquerda e submandibular esquerda, equimose em pavilhão auricular bilateralmente, escoriação nas regiões supra-hiódeia, cotovelo esquerdo,  em joelhos bilateralmente e na região frontal à direita.

Outro fato importante relatado no laudo entregue à Polícia Civil é que durante o atendimento a vítima teve uma piora súbita apresentando crise convulsiva devido a presença de um pedaço de caju e de uma castanha crua na sua boca. Esse corpo estranho provocou a obstrução da via aérea levando a asfixia mecânica, não podendo o médico afirmar ou negar se foi devido a um ato deliberado do agressor.

Durante o exame de corpo de delito realizado no último dia 09 de outubro nas dependências da UTI pediátrica do Hospital Geral do Estado (HGE) também ficou constatado a presença de pediculose (doença parasitária causada por piolhos) na cabeça, sugestivo no mínimo de negligência.

O médico legista teve ainda acesso ao prontuário médico da unidade hospitalar e também da ambulância do SAMU responsável pelo resgate da vítima do Centro de Maceió até o hospital, antes de concluir o laudo.

A Ascom do HGE confirmou que a menina permanece internada na UTI Pediátrica e que seu estado de saúde inspira cuidados, uma vez que a menina sofreu uma grave lesão neurológica.

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