Com homenagem a capoeirista, Roger Waters pede paz e chora durante show para 28 mil pessoas

G1

Foto de Moa do Katendê foi projetada em telão durante show

O músico Roger Waters e sua banda tornaram o primeiro show deles na Bahia inesquecível, na noite desta quarta-feira (17). Na apresentação, para mais de 28 mil pessoas, na Arena Fonte Nova, em Salvador, além de muito rock, os artistas fizeram críticas sociais e homenagearam o capoeirista baiano Moa do Katendê, que foi morto após uma discussão política em um bar da capital baiana.

Durante o tributo a Moa, um telão de 70 metros de largura integrado ao palco exibiu uma foto do capoeirista de braços abertos. Em seguida, Roger Waters pediu paz e chorou no palco. O momento levou o público à loucura e a reação foi instantânea.

Em coro, a plateia aplaudiu e protestou aos gritos de “ele não” — expressão que representa aversão à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência.

Segundo a polícia, a briga que levou à morte de Moa teria começado após o capoeirista se posicionar contra o candidato. O suspeito do crime, Paulo Sérgio Ferreira de Santana, teria se irritado e, em seguida, esfaqueou a vítima 12 vezes. O caso ocorreu na madrugada após a votação. Em depoimento, o homem negou a questão política como causa da briga. No entanto, as testemunhas ouvidas pela polícia não confirmaram a versão do suspeito.

A homenagem a Moa foi um dos pontos altos da apresentação de Roger Waters e marcou o encerramento do show.

O espetáculo começou por volta das 21h20 e durou mais de duas horas. Durante a apresentação, Waters e sua banda reuniram diversos sucessos do Pink Floyd, além de músicas lançadas pelo cantor após a saída do grupo. Entre as canções, “Breathe”, “Welcome to the Machine”, “The Last Refugee”, “Picture That”, “Eclipse”, “Money” e “Pigs”.

Assim como nas outras apresentações da turnê “Us + Them” no Brasil, o show teve duas partes e um intervalo de 20 minutos. No final da primeira parte, ao som de “Another Brick in the Wall Part 2”, Waters e banda dividiram o palco com 12 crianças do Projeto Axé, que atua na área de educação, arteducação e defesa de direitos de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social em Salvador.

Os meninos e meninas, com idades entre 8 e 13 anos, entraram usando um macacão laranja e máscaras. Contudo, ao decorrer da apresentação, tiraram os trajes, revelando uma camisa com a palavra resistir (em inglês) estampada. Assim como tinham ensaiado, as crianças dançaram enquanto Waters cantava.

Outro momento que chamou atenção do público foi quando pontos de luz formaram o símbolo da banda Pink Floyd no meio da Arena Fonte Nova.

Em Salvador, Waters também cantou a música “Two Suns In The Sunset” ao vivo pela primeira vez. O fato curioso foi revelado pelo próprio artista durante o show. A canção é do álbum “The Final Cut” do Pink Floyd, lançado em 1983.

Com todos os momentos marcantes da noite, o público terminou o show em êxtase. Muitos ainda chegaram a pedir mais músicas, mas a apresentação foi encerrada sem o tão esperado bis. Por volta de 0h10, Waters e banda se despediram. Antes de ir embora, o cantor ainda desceu do palco e tirou fotos com alguns fãs.

Salvador foi a única capital do Norte e Nordeste a fazer parte da turnê de Waters na América do Sul. Da capital baiana, o artista vai para Belo Horizonte, onde se apresenta no domingo (21). Em seguida, terão shows no Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Antes, o cantor se apresentou em São Paulo e em Brasília.

Fonte: G1

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