Mesa redonda debaterá consciência negra ‘para além do 20 de novembro’ na Ufal

O evento é promovido pelo Portal Bara Ô e acontecerá no auditório do CIC a partir das 18h na próxima segunda-feira (26)

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Mesa redonda debaterá consciência negra

Na próxima segunda-feira (26), o Portal Bara Ô promoverá uma mesa redonda com militantes negros para abordar a importância de se debater questões raciais ao longo do ano inteiro. O evento acontecerá no auditório do CIC, no campus A.C. Simões, a partir das 18h e conta com o apoio dos cursos de Jornalismo e Relações Públicas da Ufal.

O Bara Ô é um veículo alternativo de comunicação dedicado a compartilhar narrativas para e sobre o povo de terreiro de Alagoas. Disponível em site e aplicativo, o portal pretende auxiliar na construção de uma memória do povo de santo alagoano. “Estamos muito satisfeitos em promover o debate sobre as questões que dizem respeito à negritude. Como candomblecistas, faz parte do nosso respeito à ancestralidade africana”, comenta Marcos Matias, um dos idealizadores do portal.

Para a coordenadora do curso de Relações Públicas Manuela Callou, canais como o Bara Ô têm sua importância em representar vozes contra hegemônicas diante das mídias tradicionais. “Os projetos de mídia [alternativa] são o primeiro passo para transformação e a conscientização das problemáticas dos diferentes grupos sociais que, muitas vezes, não são representados”, afirma Manuela. A comunicadora acredita que espaços como o da mesa redonda permitem o protagonismo de grupos historicamente silenciados. “Toda discussão que planteie algum tipo de reparação histórica e que tente dar voz a setores considerados marginalizados ou segregados faz com que os princípios da democracia e a representação desses grupos silenciados por muito tempo, consigam ter uma via de comunicação”, completa a coordenadora.

Os convidados se desmembram em diversas esferas da questão racial: religiosa, social e cultural. Da Rede Cenafro, Negro Jonathan e Diego Bernardes trarão um pouco da sua vivência como afroempreendedores. O babalorixá e juremeiro Anderson Serpa compartilhará sua trajetória na luta contra a intolerância religiosa. O sociólogo Carlos Martins fará um breve aprofundamento teórico sobre as perspectivas do racismo. A diretora do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros, Lígia Ferreira, falará sobre sua trajetória de empoderamento negro. E a professora de dança Ana Carla de Moraes apontará questões importantes do feminismo negro.

Ana Carla considera importante momentos como esse, mas avalia que outros espaços também precisam ser conquistados de modo a fortalecer o debate. “Espero contribuir e provocar reflexões políticas desse segmento da população negra alagoana em prol da luta antirracista”, defende Ana Carla.

Para Carlos, eventos como este criam oportunidades de criação de canais de formação e aprendizado sobre o mecanismo estruturante da sociedade brasileira. “Com esses eventos, podemos preencher algumas lacunas deixadas pelo nosso sistema de ensino, que se furta de formar nossos alunos e alunas sobre como a sociedade brasileira surgiu, tomando as relações raciais como elemento fundante”, comente Carlos.

As inscrições para a mesa redonda são gratuitas e podem ser efetuadas através do link.

Fonte: Ascom Ufal

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