Médica denuncia falta de estrutura e medicamentos na UPA de Marechal Deodoro

Olival Santos

A médica Marília Magalhães, que atendia na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Marechal Deodoro, denunciou diversas irregularidades que têm prejudicado o funcionamento e atendimento aos pacientes no local nos últimos meses.

De acordo com a médica, a UPA de Marechal Deodoro não oferece condições adequadas de trabalho para os funcionários e nem estrutura para atendimento adequado aos pacientes. A denúncia deve ser levada pelo Sindicato dos Médicos à Justiça.

“Nós já vínhamos reclamando há algum tempo sobre as condições de trabalho na UPA como descanso dos funcionários, banheiros, situação da copa com infestação de baratas, ar condicionados quebrados, tendo que levar de casa pra não morrer de calor em pleno verão. Vínhamos reclamando da máquina que faz o Raio X, que passou mais de um mês quebrada. Mesmo trabalhando assim, continuamos, pois, os pacientes que precisam do atendimento não podiam ficar à mercê da sorte. A UPA era fantástica de trabalhar até começarem a surgir esses problemas e até a mudança de secretaria, foi quando começou uma espécie de ‘perseguição’, limitando nossas atividades dentro do próprio município, incluindo até pedidos para ‘maneirar’ na quantidade de eletrocardiograma que fazíamos na unidade”, revelou.

Marília informou ainda que a UPA de Marechal Deodoro foi notificada pelo Ministério da Saúde e que no local faltam diversos medicamentos e que também há estocadas muitas medicações vencidas.

“Sofremos com falta de medicamentos ou medicações vencidas, como adrenalina que a gente usa em alguns casos de parada cardíaca, choque anafilático entre outros. Inclusive há mais ou menos dois ou três meses a UPA foi notificada pelo Ministério da Saúde por causa dessas coisas mesmos”, prosseguiu.

Além dos casos estruturais, Marília contou ainda que ela e outros funcionários da UPA de Marechal Deodoro já sofreram com casos de assédio moral.

“Quando chegava alguém ‘importante’ na UPA e que não tinha nada grave, bastava ligar para o pessoal da prefeitura para serem atendidos logo e estes ligavam pra UPA para ‘esculhambar ou dizer que médico tem em todo canto, que se paga pouco mas que não falta gente para trabalhar. A gente que trabalha em emergência, tem que estar de acordo com a classificação de risco, independente de quem seja o paciente. Então, os mais graves primeiro”, contou.

Além de todos os problemas enumerados pela médica Marília Magalhães, a Prefeitura de Marechal Deodoro – segundo a médica – ainda não realizou o pagamento do 13º salário de 2018 a alguns funcionários da UPA.

“Em dezembro os profissionais médicos, enfermeiros e outros que recebem acima de um determinado valor não tiveram o 13º pago. Fomos atrás de respostas e não obtivemos nenhuma posição concreta. Até que semana passada, descobrimos que havia no nosso contracheque de dezembro e do 13º como se tivéssemos recebido e ficamos estarrecidos e receosos com isso”, disse.

Segundo Marília, ela foi demitida de suas funções na última segunda-feira (11) e a direção da unidade de saúde não justificou o desligamento da profissional.

A reportagem do Alagoas 24 horas entrou em contato com a Prefeitura de Marechal Deodoro e aguarda posicionamento oficial sobre o caso.

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