Aplicação de glitter e pintura nos olhos requer cuidados durante o Carnaval

Produtos podem causar arranhões na córnea e ser porta de entrada para vírus e bactérias

Carla Cleto

A época mais animada do ano está chegando e com ela muitas cores, fantasias e brilhos se misturam para compor o look da festa. O glitter, a purpurina e as pinturas faciais são as queridinhas dos foliões – realmente deixam qualquer produção com ares de festa. No entanto, quando aplicados próximo aos olhos, podem causar arranhões na córnea e ser a porta de entrada para vírus e bactérias que causam desde uma irritação ocular até problemas mais sérios. Portanto, alguns cuidados são necessários para preservar a saúde visual.

O primeiro e principal passo para seguir é a higienização. As mãos devem estar sempre limpas antes de aplicar qualquer maquiagem, além de pincéis e esponjas serem sempre bem lavados. Com o glitter e as tintas são necessários outros cuidados. Segundo Homero Costa, oftalmologista do Hospital Geral do Estado (HGE), é preciso estar atento na hora de aplicar o brilho. “Quando o glitter cai nos olhos, a pessoa tem a sensação de areia, uma vez que, como elas são micropartículas ásperas, ao coçar, no desespero, o folião pode acabar arranhando a córnea”, explicou.

As pinturas faciais são divertidas e agregam um brilho todo especial para a maquiagem carnavalesca. Mas também é preciso estar atento: algumas tintas podem desenvolver alergias em foliões muito sensíveis. “Às vezes, o folião usa determinados tipos de tintas e, caso ele tenha alguma alergia a algum produto, é possível que venha a desenvolver, na região ao redor dos olhos, um quadro sério de hipersensibilidade”, destacou Homero Costa.

Ele acrescentou que não existem no mercado as tintas rotuladas como “antialérgicas”. Segundo o oftalmologista, o produto só pode ser considerado antialérgico se tiver um corticoide inserido ou alguma medicação para tirar a alergia. “Para ser considerado como tal, durante o processo de fabricação do material, o glitter ou a tinta devem conter substâncias que vão induzir menos alergias. Do contrário, elas podem causar, sobretudo em pessoas sensíveis, muita alergia”, garantiu o oftalmologista.

O primeiro sinal ocular da alergia, segundo o especialista, é a coceira. “O ato de coçar desencadeia uma série de reações químicas que faz com que haja mais inchaço, vermelhidão e que o ciclo se perpetue”, acrescentou.

Caso algum produto venha a cair nos olhos, a dica é prática: evite coçar. “O recomendado é lavar com água corrente e soro fisiológico. Se uma hora após lavar os olhos, você ainda sentir ardor, coceira, visão turva ou vermelhidão, é importante consultar um oftalmologista para descartar qualquer problema mais sério”, recomenda Homero Costa.

Os cílios postiços, outro item bem comum na maquiagem para o Carnaval, também precisam de cuidados para não comprometer a saúde dos olhos. “Tem muita gente que usa cola adesiva instantânea para colar os cílios. E isso é um ato extremamente errado e prejudicial à saúde dos olhos. Nesse caso, o jeito é cortá-los com um oftalmologista num consultório”, orienta.

Bastante comuns tanto nas festas de rua quanto nos bailes de Carnaval, as espumas em spray garantem a diversão dos foliões. No entanto, se mal utilizadas, podem causar irritação, alergia e até mesmo lesão mais séria na córnea. “Boa parte dessas espumas são inflamáveis e, caso alguém esteja fumando ou mexendo com fogo, você pode ter uma irritação na córnea ou queimaduras sérias”, destacou.

Portanto, a fim de manter o astral lá em cima e não acabar com a sua diversão mais cedo, evite qualquer contato do produto com os seus olhos e, quando estiver se divertindo, o especialista orienta nunca dirigir o jato de espuma para a região do rosto de ninguém. Brincar com segurança é, sem dúvida, a melhor escolha.

Conjuntivite

Outro cuidado que os foliões precisam considerar neste período de folia é em relação à conjuntivite, comum em épocas festivas devido à aglomeração de pessoas. “Os tipos de conjuntivite viral e bacteriana são transmitidos através de contato direto com o agente, principalmente pelo toque das mãos e gotículas de saliva. O importante, então, é lavar sempre as mãos e nunca levá-las aos olhos”, explicou o oftalmologista do HGE.

Embora a prática seja comum entre as mulheres, a maquiagem não deve, em hipótese alguma, ser compartilhada. Transmitida por pincéis, delineadores e outros instrumentos da maquiagem, a conjuntivite também pode ser causada por bactérias ou vírus que ficam acumulados nesses produtos.

“Se pegou emprestado algum item de maquiagem ou se emprestou a alguém, não se esqueça de higienizá-lo antes de usar novamente. Para não correr riscos, o ideal é evitar esses produtos na região muito próxima dos olhos. Além disso, pacientes alérgicos com histórico ocular precisam evitá-los”, aconselhou Homero Costa.

Fonte: Ascom Sesau

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