Azul assina acordo para comprar parte das operações da Avianca Brasil

A aérea brasileira Azul informou nesta segunda-feira (11) que assinou um acordo de intenções para comprar parte das operações da Avianca Brasil por US$ 105 milhões. O objetivo da proposta é criar uma Unidade Produtiva Isolada (UPI), prevista pela lei de recuperação judicial.

As empresas não informaram se a proposta inclui a transferência das dívidas da Avianca. A Azul está em período de silêncio, antes da divulgação de seus resultados de 2018, previstos para quinta-feira.

A Avianca, quarta maior companhia aérea do país, está em recuperação judicial desde dezembro do ano passado. A companhia acumula anos de anos de crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamentos de aeronaves.

O negócio incluirá a compra de ativos selecionados, como o certificado de operador aéreo da Avianca Brasil, 70 pares de slots (direitos de pouso e decolagem em certos aeroportos) e aproximadamente 30 aeronaves Airbus A320. A Avianca opera com aviões arrendados por terceiros.

Em comunicado, a Avianca informou que a prioridade das negociações entre com a Azul é fazer com que passageiros e funcionários tenham seus direitos garantidos e que as operações não sofram alterações.

O processo de aquisição dos ativos está sujeito a condições, como a conclusão de um processo de diligência, a aprovação de órgãos reguladores e credores, assim como a conclusão do processo de recuperação judicial. A expectativa é que esse processo dure até três meses, informou a Azul.

A companhia disse ainda que manterá seus acionistas informados sobre a transação.

Plano de recuperação
Em comunicado, a Avianca informou que a revisão de seu plano de recuperação judicial será apresentada nos próximos dias, com a nova estrutura da empresa, que terá como foco suas rotas estratégicas.

“Com isso, Avianca Brasil se tornará mais forte e viável para enfrentar a atual conjuntura do mercado brasileiro”, informou. A Avianca também declarou que pretende realizar a assembleia geral de credores o “mais breve possível” e reforçou que segue operando normalmente.

Entre o fim de 2016 e setembro de 2018, os passivos da Avianca Brasil para empresas de leasing de aeronaves quintuplicaram para R$ 415 milhões, de acordo com as demonstrações financeiras da empresa.

A Avianca contratou em janeiro a consultoria Galeazzi & Associados para ajudar a encontrar recursos e eventualmente um comprador. Os principais credores da companhia aérea são as empresas de leasing de aviões Aircastle e GE Capital Aviation Services.

A companhia está atrasando o salário de pilotos e comissários desde janeiro. Na semana passada, trabalhadores do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) se reuniram e deram o prazo de quarta-feira (13) para que a empresa se posicione antes de um novo encontro para discutir uma eventual paralisação.

A Avianca Brasil é separada da Avianca Holdings, com sede na Colômbia. Mas elas pertencem a um mesmo grupo, do empresário boliviano German Efromovich.

Fonte: G1

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