Rapper é presa por desobediência, desmaia em ‘mata-leão’ e contesta abordagem policial

Reprodução

A rapper Juliana Souza

Uma mulher de 27 anos alega violência por parte de policiais militares em Florianópolis em uma abordagem na rua na noite de domingo (14). A rapper Juliana Souza foi detida por desobediência, resistência e lesão corporal e chegou a desmaiar depois de ser imobilizada.

A Polícia Militar diz que a guarnição estava em ronda na região “quando, sem motivo aparente”, Juliana teria se aproximado e xingado os policiais. Ainda diz que, por isso, os PMs iniciaram a abordagem, à qual ela teria resistido.

Imagens de câmera de celular registraram o caso, que ocorreu por volta da meia-noite no bairro Trindade. Em um dos vídeos, uma policial segura Juliana com um golpe conhecido como mata-leão. Além das duas, um segundo policial militar e um homem armado aparecem nos vídeos.

Segundo a PM, o homem armado sem farda é um policial militar que estava em folga. Nas imagens, ele aparece junto aos policiais e afasta as pessoas que estão ali perto questionando a ação. Ele chega a apontar a arma para algumas delas.

Juliana conta que todo o confronto ocorreu por causa do homem armado sem farda. “Daí eu me aproximei da viatura. Até porque, se é uma viatura e um cara armado, tava tudo bem. Daí eu perguntei pra ele: por que você tá armado? Por que você tá mostrando arma para as pessoas? Aí ele disse: cala a boca porque eu sou policial”, conta Juliana.

Confronto

A rapper diz que uma amiga ia se apresentar naquela noite em um bar, e que até agora não entendeu o motivo da truculência. “Fui pegar meu telefone e virei a câmera frontal. Eu disse ok, é uma abordagem mais eu vou gravar pela minha segurança. E ela (a policial) disse não, não pode gravar e veio ‘tacando’ a mão e pegar o celular. Daí eu não deixei ela pegar o celular. E ela disse: não quer entregar vai ser presa por desacato.

Em outras imagens, a Juliana é levada até a viatura desacordada. Ela diz ainda que ficou algemada na delegacia e que foi ameaçada pelo homem que aparece na gravação.”Tinha momentos que eu não conseguia respirar. Só pensava que eu ia morrer a qualquer momento”, conta.

A rapper afirma que vai registrar boletim de ocorrência contra os policiais. “Aqui mesmo tá uma violência policial muito grande. Então tudo que você pensa é: agora é a minha vez de apanhar também”, reforça.

O outro lado

Em nota, a PM diz que o policial de folga prestou segurança à guarnição, já que outras pessoas estavam hostilizando e xingando os policiais. Também afirma que Juliana não foi agredida, e que “a guarnição manteve a serenidade e agiu tecnicamente”. Veja a íntegra:

A guarnição da Polícia Militar efetuava policiamento ostensivo nas imediações da UFSC (Trindade), quando, sem motivo aparente, se aproximou uma feminina extremamente exaltada, proferindo impropérios e palavras de baixo calão contra os Policiais Militares. Diante de tal comportamento, a guarnição (composta por uma policial feminina e um masculino) iniciou a abordagem à feminina, que de imediato mostrou-se resistente à ação policial. Neste momento, um PM de folga, que encontrava-se no local, prestou segurança à guarnição, face à presença de outras pessoas que ameaçavam intervir, hostilizando e xingando os Policiais Militares que atuavam na referida ocorrência. No vídeo é possível perceber que este policial a todo o momento manteve a calma, bem como solicitava aos transeuntes para se afastarem e que mantivessem calma, através de gestos e palavras. Destaca-se também que em nenhum momento ouve agressão à feminina e que a guarnição, mesmo em um ambiente hostil e de resistência, manteve a serenidade e agiu tecnicamente na abordagem policial. A feminina abordada foi imobilizada pela PM feminina e conduzida à delegacia de polícia, onde foram adotados os procedimentos pertinentes à ocorrência.

Fonte: G1

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