Defesa Civil isola quatro blocos no Pinheiro após evolução de rachaduras

Rachaduras em imóveis no Pinheiro (Jorge Farias/Alagoas24h)

Quatro blocos do Conjunto Jardim das Acácias, no bairro do Pinheiro, foram isolados, nesta terça-feira, 11, após ser constatada a evolução das rachaduras nos prédios residenciais. A informação foi repassada por meio de nota, nesta tarde, pela Defesa Civil Municipal.

De acordo com informações da Defesa Civil, o trabalho de monitoramento verificou a evolução das fissuras nos  blocos 7, 8, 9 e 15 do Conjunto Jardim das Acácias. Após a constatação, os prédios foram isolados com fitas zebradas até que  uma estrutura mais eficiente seja instalada no entorno dos prédios. A intenção é evitar riscos à população que transita pelo local já que os imóveis já foram evacuados. 

As equipes da Defesa Civil informaram que apenas um morador permanece no local, mais precisamente no Bloco 7-B. Trata-se de um servidor público que estaria mantendo seus pertences no imóvel e retornando ao local para dormir e se alimentar. A Defesa Civil não descarta a possibilidade de intervir para obrigá-lo a deixar o imóvel.

Uma reivindicação de moradores do bairro é que a Defesa Civil utilize tapumes para isolar as áreas de maior risco ao invés de usar apenas as fitas zebradas.

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As rachaduras e buracos em residências e prédios do Pinheiro foram relatados pela primeira vez em março de 2018 após os moradores informarem sobre um tremor de terra sentido na região. Desde então, os imóveis passaram a ser monitorados por órgãos municipais, estaduais e federais. Além disso, o problema se agravou e se estendeu para os bairros de Bebedouro e Mutange.

Moradores dos bairros atingidos chegaram a realizar diversos protestos pelas principais vias de Maceió a fim de buscar respostas sobre o caso. Parte os imóveis também tiveram que ser evacuados devido a riscos de desabamento.

Após mais de um ano de estudos, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) concluiu que a principal causa do fenômeno que atinge a área se deu devido a extração de sal-gema pela empresa Braskem. O laudo – divulgado no mês passado –  também aponta está ocorrendo a desestabilização das cavidades provenientes deformações rúpteis na superfície (trincas no solo e nas edificações) em parte dos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro.

Ainda de acordo com o documento, os danos em superfície são agravados pelos efeitos erosivos provocados pelo aumento da infiltração da água de chuva em fraturas/falhas preexistentes, bem como por novas fraturas produzidas pela subsidência. Este processo erosivo é acelerado pela existência de áreas de alagamento e a falta de uma rede de drenagem pluvial e de saneamento básico adequados.

Os moradores pedem ao Poder Judiciário o bloqueio de R$6,7 bilhões das contas da Braskem. Em abril, o desembargador Alcides Gusmão chegou a bloquear a quantia de R$100 milhões da empresa.

Confira na íntegra nota da Defesa Civil:

A Defesa Civil Municipal informa que em trabalho de monitoramento foi constatada evolução das rachaduras nos blocos 7, 8, 9 e 15 do Conjunto Jardim Acácia, no bairro do Pinheiro, levando ao isolamento da área do entorno para evitar risco à população que transita pela região, uma vez que o conjunto habitacional está evacuado.

O local foi identificado com fita de isolamento de área até que uma estrutura mais eficiente seja instalada no entorno dos prédios.

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