Anúncio de nomeação de Eduardo Bolsonaro gera desconforto no Itamaraty

Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de anunciar o interesse na nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos seus cinco filhos, como embaixador nos Estados Unidos gerou desconforto no Itamaraty, segundo embaixadores ouvidos pelo blog.

Eles explicaram que existe uma prática diplomática universal de não anunciar o interesse em um nome, como chefe de um posto no exterior, antes de submetê-lo ao governo do referido país e receber o seu aval.

Na avaliação desses diplomatas, o nome de Eduardo Bolsonaro, por mais que seja filho do presidente e deputado federal, não teria sido oficialmente apresentado pelo governo brasileiro, nem recebido o aval do governo americano, que eles chamam de “agrément”, por estar sendo cotado ao cargo.

Essa anuência, o “agrément”, é seguida por todos os países, não só pelo Brasil. E é realizada antes do anúncio do nome, em sigilo, porque o governo do país que recebe o embaixador, em tese, sempre pode rejeitar o nome aventado. Daí a ideia de que seria quebra de protocolo em relação ao cargo mais importante da diplomacia brasileira no exterior.

A nomeação do filho de Bolsonaro pode gerar outro dano à diplomacia, na avaliação de integrantes do Itamaraty ouvidos pelo blog. Hoje 100% dos postos de embaixador são da carreira diplomática – o que não é uma obrigação constitucional, mas tem sido a regra nos últimos anos.

A decisão pelo nome de Eduardo Bolsonaro quebraria essa prática retomada ainda na gestão de Celso Amorim, iniciada em 2003.

Fonte: Matheus Leitão

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