Nise da Silveira é a primeira alagoana homenageada com estátua em Maceió

Uma cerimônia realizada durante a manhã desta terça-feira (30) marcou a inauguração da escultura de bronze em homenagem à médica psiquiatra alagoana Nise da Silveira. O evento ocorreu no corredor Vera Arruda, local onde a estátua permanecerá para apreciação do público.

João Urtiga/Alagoas 24 Horas

A escultura em tamanho real de Nise é o quarto monumento desse tipo feito na capital alagoana. Além da psiquiatra, Graciliano Ramos e Aurélio Buarque de Holanda foram homenageados em 2015 enquanto o ator Paulo Gracindo teve sua homenagem inaugurada no ano de 2017. Todas as obras foram feitas pelo artista plástico mineiro Leo Santana, que também é responsável pela escultura do poeta Carlos Drummond de Andrade, que fica no calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro.

O prefeito Rui Palmeira compareceu à cerimônia e destacou a primeira mulher homenageada com uma escultura em Maceió. “Nise fez história no mundo todo, foi perseguida, presa, e conseguiu sempre dar a volta por cima, mostrando pro mundo que o método dela de terapia ocupacional era muito mais eficiente do que o tratamento utilizado na época. É uma alagoana que orgulha todos nós”.

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Prefeito Rui Palmeira

O artista plástico Leo Santana se emocionou ao falar do trabalho, que, segundo ele, levou cerca de quatro meses para ser concluído. “Quando veio o convite eu fiquei muito feliz. Nise trabalhou diretamente com minha área, que é a arte, transformar a psicologia com a arte é fascinante”, explicou o artista.

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Escultor Léo Santana

História

Nise foi uma das primeiras mulheres formadas em Medicina do Brasil e nunca escondeu sua admiração e inspiração por Carl Jung, um dos pais da psiquiatria. A alagoana foi, inclusive, pioneira na terapia ocupacional, que utiliza atividades recreativas para o tratamento de distúrbios psíquicos.

Nise chegou a ficar presa por dois anos após ser acusada de envolvimento com o comunismo, mas continuou seus estudos enquanto esteve sem liberdade. O trabalho inovador da psiquiatra e de seus pacientes resultou na criação do Museu do Inconsciente, que funciona até os dias de hoje no Rio de Janeiro.

A alagoana teve sua história contada no filme “Nise – O Coração da Loucura”, dirigido por Roberto Berliner e estrelado pela atriz Glória Pires.

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