Complexo Cultural traz diversidade de formas em exposições de esculturas e poesia visual

Abertura do circuito de mostras será com peças do Mestre José Paulo e Robertson Dorta

Adalberto Farias

Complexo Cultural Teatro Deodoro

A diversidade das formas vai estimular a imaginação de quem visitar o Complexo Cultural Teatro Deodoro, no Centro de Maceió, a partir do dia 13 de agosto, terça-feira. Isso porque entram em cartaz duas exposições: Arca Zoomórfica, do mestre José Paulo, no piso principal, e Signos Mimético-Poéticos, do Robertson Dorta, no mezanino. As exposições têm a intenção provocar o senso crítico dos visitantes levando por um mundo de animais metálicos e símbolos que imitam objetos e seres. A abertura ocorre às 19h com entrada franca.

As mostras seguem abertas até o dia 27 de setembro, com visitação gratuita de segunda-feira a sábado, das 8h às 18h; às quartas-feiras, das 8h às 20h; e, aos domingos e feriados, das 14h às 17h. Grupos de escolas e instituições sociais devem agendar a visita guiada gratuitamente pelo (82) 98884-6885 ou escolasditeal@gmail.com.

“É com grande satisfação que a Diteal abre a Galeria de Arte do Complexo Cultural Teatro Deodoro para mais dois grandes artistas da nossa terra, dando continuidade ao cronograma anual de exposições. Convidamos o público para que prestigie os artistas e suas respectivas mostras. São trabalhos distintos, mas que revelam um pouco da nossa rica produção artística e convergem ao reunir dois talentos com olhares peculiares”, disse a diretora presidente da Diteal, Sheila Maluf.

Arca Zoomórfica, do mestre José Paulo

Basta ver um objeto, que para muitos é lixo, seja metal, madeira, ossos ou plástico, que a criatividade de o mestre José Paulo já vê a construção de um novo ser – a fauna zoomórfica. São esses animais de refugo que compõe a exposição Arca Zoomórfica, com curadoria de Alice Barros e Robertson Dorta.

“É uma analogia à arca de Noé”, destaca Alice, esclarecendo que são animais que foram esquecidos, resgatados no dilúvio consumista do descarte sem consciência – são 40 esculturas de pequeno, médio e grande porte que ocuparão o piso principal do Complexo Cultural. Passeando entre a feiura e a beleza, o artista apresenta sua obra de forma lúdica, partindo de conexões entre as formas dos materiais que compõem as obras e a semelhança anatômica de animais.

O contato de Paulo com a arte se deu muito cedo, ainda na infância, na Fazenda Bonito, em Chã Preta, município de Alagoas. “Ele fazia pincéis com gravetos e pelos de rabo de cavalo para pintar santos das casas da vizinhança” conta a curadora, “em troca recebia ovos, pintos, galinhas para ajudar a sustentar a casa, mas sem saber ele já fazia arte”.

Um tempo depois, como conta a curadoria, Paulo se mudou para Maceió com a família e ainda menino começou a trabalhar com marcenaria e serralharia. Alice conta que trabalhar com estes materiais lhe deu a habilidade de transformar os objetos nas coisas que sua mente imaginava.

“O mestre Paulo já dominava a técnica, foi quando em 2013, ao ver uma galinha de metal ele se instigou a produzir também os seus bichos”. Atualmente, o mestre José Paulo tem seu ateliê no bairro Bom Parto, em Maceió, e expõe por todo o Estado.

Signos Mimético-Poéticos, de Robertson Dorta

Divulgação

Exposição Signos Mimético-Poéticos

“Uma interpretação poética da realidade” é o que propõem o artista Robertson Dorta em sua exposição Signos Mimético-Poéticos. As poesias visuais construídas a partir de dois signos – a exclamação (!) e a interrogação (?) – são apresentadas em folhas de papel sulfite, feitas a lápis para, assim, “mostrar ao visitante a simplicidade, como a arte pode estar mais próxima do que se pensa”.

Ele, também ao lado de Alice Barros, assina a curadoria da série de desenhos, composta de 100 poesias visuais, divididas em grupos que passeiam entre os temas da literatura, música,  oriental, animais, cinema e vida cotidiana. Robertson conta que o desafio é construir com a simplicidade do mínimo: “Dois sinais gráficos, os dois signos escolhidos para compor a narrativa de desconstrução, apreensão do essencial e construção das poesias”.

Alice Barros conta que a exposição é apresentada em forma de uma narrativa: “as obras ilustram um andarilho com umas mochilas nas costas que caminha e vai encontrando outras coisas pelo seu caminho. O visitante é convidado a acompanhar este caminho”.

Robertson Dorta é poeta visual, escritor, escultor, fotógrafo e produtor cultural alagoano, nascido em Maceió. Desde 2001, desenvolve projetos de curadoria e montagem de exposições. Tudo começou, conta ele, em 1996, quando participou da produção da 1ª Mostra Internacional de Poesia Visual de Alagoas, na Rede Ferroviária Federal em Maceió, quando conheceu o poeta visual Philadelpho Menezes. Foi quando começou a produzir suas poesias, brincando com o formato das palavras e sinais.

Em 2003, tornaram-se públicas algumas poesias visuais, ao ilustrarem capas de livros sobre educação, lançados no IV Salão Alagoano do Livro e da Arte. Em 2008, pela primeira vez, Dorta apresentou a exposição individual Signos Mimético-Poéticos, na Galeria de Arte SESC Centro em Maceió, esta circulou por várias instituições de Alagoas (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, Universidade Federal de Alagoas-UFAL, Faculdade São Tomas de Aquino – Facesta etc.). A cada circulação, uma nova série de poesias visuais foi apresentada aos visitantes.

“Colocarmos duas exposições em cartaz, simultaneamente, é de uma satisfação enorme, dando visibilidade aos nossos artistas, mostrando sua diversidade e talento. Proporcionar a ocupação permanente da Galeria de Artes Visuais do Teatro Deodoro se trata de um compromisso da DITEAL com a comunidade local e aos que visitam nossa cidade. Nosso cronograma segue e, agora com José Paulo e Robertson Dorta, continuaremos fortalecendo a construção da história artística desta casa”, concluiu o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda.

Fonte: Ascom / Teatro Deodoro

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