Além das diferenças: conheça a história de Carlos Reis Agni, que superou a deficiência para fazer a diferença através da literatura

Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é comemorado hoje (21)

Kaio Lopes / Agência Educa Mais Brasil

Carlos Reis

Calçadas em péssimas condições, transporte deficiente e preconceito. Todo dia o portador de deficiência física tem que superar esses e outros obstáculos, mesmo que a Constituição Brasileira assegure a todos o direito de ir e vir. Apesar das incontáveis dificuldades, o que não nos falta são exemplos de coragem, dedicação e persistência. Pessoas que conseguem superar as suas próprias limitações e se destacam. Exemplo disso é o escritor baiano Carlos Reis Agni, 52 anos.

Abandonado pelo pai quando criança, Carlos sofreu um acidente aos 9 anos e, desde então, passou a conviver com uma doença degenerativa que, pouco a pouco, lhe roubava os movimentos. Mas não a vontade de viver. “Fui desenganado aos 13 anos. Eu já estava sentenciado a não passar dos 16 anos”, relembra.

Preso à uma cadeira de rodas, ele não permitiu que a atrofia o limitasse. A arte foi sempre seu maior instrumento de superação e através da literatura, percorreu caminhos que muitos diriam impossíveis. Hoje, Carlos assina cinco romances, dentre eles: Lágrimas de um Espermatozóide, O Prelúdio do Desejo, Fronteira do Emocional, O Oitavo Dia – Um atalho no Tempo e Diário do Conflito – sua mais recente obra.

O próximo passo do escritor é dedicar-se a palestras que possam inspirar outras pessoas a sair da inércia e se libertar das aflições cotidianas que são capazes de nos paralisar. “Somos sobreviventes de uma sociedade hostil e predatória. Precisamos voltar para nosso centro para ter consciência de que tudo está em uma grande ordem. Nós é que estamos em desordem”, declara com sabedoria.

Carlos acredita que, em um grau maior ou menor, todo mundo tem uma deficiência, seja ela mental, intelectual, física ou neurológica. “É por esse motivo, que a deficiência tem que ser analisada de uma forma mais ampla. O amanhã não é pintado como você quer, é como a vida desenha. Infelizmente, o preconceito ainda vai durar séculos. A educação é o valor básico para que a pessoa aprenda a respeitar e adquirir um conceito melhor do outro”, defende.

Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

De acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de deficiência física. Por conta disso, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é celebrado, anualmente, em 21 de setembro no Brasil.

A data foi instituída, oficialmente, a partir do decreto de lei nº 11.133, de 14 de julho de 2005, mas já era celebrada a nível extraoficial desde 1982. A criação da data comemorativa foi uma iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes (MDPD), grupo que debate propostas de transformações sociais em prol das pessoas com deficiência desde 1979.

Uma curiosidade: A Organização das Nações Unidas (ONU) também institui a nível mundial o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado anualmente em 3 de dezembro desde 1992.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

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