A Sirva-se Edições Alternativas realiza neste sábado (28) o lançamento em Maceió dos livros: Os Demônios da Grande Hora (Sirva-se; Livrinho de Papel Finíssimo), do escritor, E. Mattüs; e uma nova edição, ampliada, de Os Deuses Estão Embriagados de Uísque Falsificado (Sirva-se; Oxenti Records), do escritor e jornalista, Jean Albuquerque.
Depois de percorrer o interior do estado lançado as publicações em Arapiraca e Palmeira dos Índios, em Maceió o evento acontece na Maik House, em Jatiúca, com início a partir das 16h20. Além dos lançamentos, a ação conta ainda com um debate com o tema: “Autopublicação e os caminhos da literatura alternativa”, com a participação de Richard Plácido, escritor e mestre em Estudos Literários (Ufal); Ana Clara Medeiros, professora de Literatura da Ufal e Doutora em Estudos Literários (UnB); e os escritores e editores da Sirva-se: Jean Albuquerque e Mattüs.
O lançamento que acontece na Av. Paulo Falcão- 859, – esquina com a Avenida Amélia Rosa – traz ainda uma programação musical sob o comando do DJ Obama e Mc´s convidados.
Debate discute os caminhos da autopublicação
Na contramão dos livros digitais, a Sirva-se Edições Alternativas ainda aposta no formato físico e em edições com poucas tiragens. “Acho que não chegaremos à morte do livro físico até o fim do século. Então, até lá a coisa vai se segmentando, dividindo e adquirindo os mais variados públicos e formatos, o que torna sempre viável o lançamento físico. A grande questão é como inovar e trazer novidade a algo com uns 500 anos de novidades”, defende um dos editores.
De acordo com a professora Ana Clara Medeiros, na rotina da literatura brasileira, as grandes editoras e o Sudeste dominam o mercado editorial, o consumo dos livros e o acesso ao literário, porém, é em cidades como Maceió que a autopublicação ganha força por meio de vias independentes de grandes aparatos editoriais.
“Como a literatura, parafraseando Graciliano Ramos, ‘foi feita para dizer’ – e diz -, desdobra-se em estados periféricos como Alagoas e aparece em auto-publicações, publicações alternativas, publicações desconhecidas, situações de oralidade, performance e, sobretudo: resistência”, argumenta.
Sobre um dos lançamentos, Ana comenta. “Os deuses estão embriagados de uísque falsificado é um livro de poemas da prosificação dos dias comuns. Títulos enormes, poemas curtos, versos de silêncio. Dizer e não dizer é a sina do escritor das margens. Ideia, projeto, ação: fazer poesia em Maceió hoje é uma espécie de não ao não. Entre o fazer e o não fazer, nasce o livro. Palavra lançada e o leitor só queria acordar desse capitalismo embriagado”, defende.
Segundo o escritor, Richard Plácido, o autor precisar vender seus livros, publicar seus textos. Ele explica que a autopublicação é um caminho possível porque a obra é confeccionada pelo próprio autor do mesmo modo que um artesão cuida da sua criação, participando de todo o processo editorial, até ter em mãos o produto do seu labor.
“Não consigo descrever bem o que seria a literatura alternativa, porque acredito que devemos pensar esse termo em algumas frentes, entre elas, a publicação. Como o texto, o livro, é publicado. A outra frente é o próprio texto. Podemos nos autopublicar, mas o texto, de repente, faz parte de um modo de escrita já comum; ao mesmo tempo que podemos publicar numa editora reconhecida e o texto ser alternativo”, acrescenta Plácido.
Os autores
Jean Albuquerque nasceu em Maceió (AL), em 1987. É Jornalista e escritor. Publicou os livros Meu peito é um caminhão de mudança abarrotado com todas as lembranças que você deixou (Selo Oxenti Records, 2016) e Os deuses estão embriagados de uísque falsificado (Selo Sirva-se Edições Alternativas, 2017). Organizou a coletânea de contos Inferno tropical (Selo Sirva-se Edições Alternativas,2018). Participou da Antologia de poesias pornô Simultâneos Pulsando: uma antologia fescenina da poesia brasileira contemporânea (Corsário Satã, 2018). 2° colocado no IV concurso de Poesias Jorge de Lima, organizado pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas – Secult. Atualmente é estudante de Letras – Português, da Universidade Federal de Alagoas, Ufal.
Mattüs — Mattüs é um autor concebido nos esgotos de Maceió. Durante anos, editou o perverso zine escatológico “Spermental” (2006-2013) e outros projetos macabros como a antimúsica da Power of The Nóia e o cinema trash da Scoria Filmes. Tudo no mundo dos zines fluiu até o monstro lançar seu primeiro massacre literário, o romance “O Beco das Almas Famintas” (Livrinho Editora, 2016) e dar sequência ao rito macabro em “A Febre do Infinito” (Livrinho Editora & Sirva-se Edições Alternativas, 2018). Ainda em 2018, participou como autor e editor da antologia “Inferno Tropical” (Sirva-se Edições Alternativas), onde seis autores criam histórias ambientadas em Maceió expondo a violência explícita da prosaica vida dos trópicos. Em 2019, lançou seu mais novo trabalho contendo 4 histórias ilustradas por Murilo Salini e intitulado “Demônios da Grande Hora”.
Serviço:
O que: Lançamento dos livros: Os demônios da grande hora, do escritor, E. Mattüs; e Os deuses estão embriagados de uísque falsificado , do escritor, Jean Albuquerque.
Onde: Maik House, à Av. Paulo Falcão- 859, Jatiúca. Esquina com a Avenida Amélia Rosa.
Quando: 28 de setembro, em Maceió, às 16h20.
Quanto: Entrada Franca.
Contato: leia.sirvase@gmail.com
Instagram: @sirvase
