O deputado Joãozinho Pereira (PSDB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) na tarde desta quarta-feira, 20, para criticar o que ele classificou de ‘centralização’ de empreendimentos em Maceió e no entorno da capital.
O parlamentar disse que, das 71 indústrias que se instalaram no Estado entre 2007 e 2013, 52% ficaram em Maceió; 26% em Marechal Deodoro e 6% em Rio Largo.
“84% das empresas ficaram em Maceió e em seu entorno. E os outros municípios? Arapiraca recebeu apenas quatro indústrias no mesmo período e Palmeira dos Índios apenas uma. Deve haver uma descentralização do desenvolvimento econômico”, defendeu.
Pereira cobrou que o governo do Estado ofereça condições para o desenvolvimento e crie polos industriais em regiões como Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema e Limoeiro de Anadia. “Do jeito que está, vamos inchar Maceió e seus arredores”, frisou, criticando também o fato de o Sertão alagoano estar abandonado.
O discurso do deputado, que já foi líder do governo na ALE, foi aparteado pelos deputados Antônio Albuquerque (PTdoB) Jota Cavalcante (PDT) e Sérgio Toledo (PDT).
Toledo destacou que os incentivos fiscais oferecidos pelo governo do Estado são muito bons e têm atraído empreendimentos para Alagoas, mas frisou que, além disso, na hora de escolher um local para instalar suas indústrias, os empresários levam em conta a questão da infraestrutura, que não existe em todos os municípios alagoanos.
O parlamentar explicou, por exemplo, que é a Braskem que oferece infraestrutura para o Polo Industrial José Aprígio Vilela, localizado no município de Marechal Deodoro. “A água que abastece o polo de Marechal é fornecida pela Braskem a um custo de pouco mais de R$ 1. Se a casal fosse detentora deste serviço, esse valor seria em média R$ 3, 50. Esse é o incentivo dado para atrair as empresas”.
Toledo também criticou o fato de apenas 5% do gás natural canalizado produzido em Alagoas ser aproveitado no próprio Estado: “Tenho um tio prefeito no interior de Pernambuco e ele disse que lá está sendo montado um parque industrial graças ao gás natural de Alagoas. Isso revolta. Porque não é feita uma ampliação da rede?”, questionou, cobrando que o Parlamento também se posicione em defesa do fortalecimento da economia alagoana.
