Mortes de reeducandos não têm relação com greve, diz juiz

Para o juiz as mortes estão ligadas a facções criminosas.

O juiz de execuções penais, José Braga Neto, fez um balanço dos últimos acontecimentos no sistema prisional. Para ele, as duas mortes registradas no presídio Baldomero Cavalcanti não tiveram relação com a greve dos agentes penitenciários ocorrida no sábado (10). Para o juiz as mortes estão ligadas a facções criminosas.

Em entrevista a Radio Gazeta, na tarde desta segunda-feira, 12, o juiz comentou que o tumulto teve início com a greve dos agentes penitenciários, que resolveram suspendê-la apenas quando o governo voltou a chamar a categoria para negociar. Apesar das críticas pela forma inconsequente como promoveram a paralisação no sistema prisional, Braga Neto reconheceu que a causa dos agentes é justa.

Para ele, a falta de reajuste e carga horária árdua são razões plausíveis, no entanto, lamenta terem usado o sistema prisional para manifestação. Uma paralisação de altíssimo risco para a população. “O governo poderia ter acatado as reivindicações e não ter esperado um evento deste para negociar”, disse José Braga Neto.

O juiz afirma ainda que uma das soluções para acabar com a superlotação nos presídios e, consequentemente, as condições de trabalho, foi apresentada pelo Governo, que é a construção de novos presídios. Paralelo a isso, o juiz sugere que os governos criem políticas públicas para evitar que os jovens entrem para o crime. “Isso tudo pode piorar com a redução da maioridade penal”, avaliou.

Outro ponto de discussão é o aumento do consumo de drogas e o número de homicídios ocorridos em consequência desse consumo desenfreado, o que ele classificou como uma ‘carnificina’. “Tudo isso desemboca no sistema prisional”, desabafa.

Cadeião

Sobre a superlotação no Cadeião, onde ocorreu atrito entre agentes penitenciários e familiares de presos, no último sábado, o juiz afirma que tem capacidade para 200 pessoas e atualmente abriga 600. Por causa da superlotação, o juiz está determinando que o presídio não receba mais nenhum reeducando.

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