Sua majestade, o internauta!

O jornalismo é um desafio diário, constante e apaixonante. É uma profissão extraordinária, que reúne desde pessoas que querem – e acreditam que vão – mudar o mundo, até o conversador, o mentiroso contumaz, o golpista. Assim como outras profissões, aglomera todo tipo de gente e personalidade. No jornalismo online, além de todos os desafios comuns à profissão, uma das coisas mais interessantes se torna ainda mais próxima: a relação de amor e ódio entre o repórter e o internauta.

Ao longo dos anos de trabalho no Alagoas24horas estabeleci várias relações de respeito e coleguismo com pessoas que nunca vi pessoalmente, apenas pelos nossos contatos via telefone, e-mail ou um simples comentário. Gente que sugere, cobra, insiste, que interage e nos obriga a aperfeiçoar nosso trabalho todo santo dia.

Mas nenhum ser é tão incrível quanto o internauta, este beira à condição do onírico. É gente como a gente, que por meio de comentários inteligentes, alienados, desconcertantes, nos impõe algum tipo de reflexão, ou mesmo dúvida sobre se você conseguiu – efetivamente – ser clara no seu texto.

O internauta é aquele ser que lê uma matéria de denúncia e no final entra para criticar o erro do leitor anterior, que não se manifestou conforme prevê a norma culta. É o cidadão que acabou de ler uma matéria sobre as férias de jogadores americanas de futebol ‘gostosas’ no Havaí e ao final da matéria se dá ao trabalho de comentar a seguinte frase: Prefiro a Maycon, a Formiga e a Pretinha (sic).

Já vi internautas me questionarem pessoalmente: “Cláudia, o que faz você defender essa pessoa”, ou “Minha filha, você precisa ser mais equilibrada e esquecer que esse é o seu time” (e não era). Gente que leu o texto inteiro e simplesmente… não entendeu.

Há também o internauta perseguido, aquele que diz: “Gente, eu sigo todas as regras estabelecidas pelo site, não feri nenhuma delas, gostaria de conversar, nem que seja pessoalmente, com o moderador para que ele explique a não publicação dos meus comentários”.

E há, claro, as ofensas: bando de filho da P*&¨%¨&, vocês são uns vendidos, uns *&¨¨**, enfim, toda sorte de impropérios.

Os internautas são geniais. São eles que nos indicam quem é um corpo não identificado encontrado na periferia de Maceió, são eles que nos dizem quantos crimes um elemento que foi detido por embriaguez ao volante já cometeu, são eles que nos dizem quem é o funcionário fantasma da ALE. Acreditem: os internautas sabem de tudo.

Outro dia, fizemos uma matéria com uma autoridade do Estado, que analisava a conjuntura política. Ao final o internauta escreveu: “Esse é quase o Forrest Gump, corra Forrest, corra!… É de bolar de rir com as sacadas geniais dessas pessoas incríveis que estão do outro lado do computador.

Por isso, hoje, gostaria de agradecer a todos vocês, que ao longo desses anos têm nos divertido, instigado, questionado, criticado, enfim, que têm acima de tudo nos acompanhado. Vocês são simplesmente a razão de nós estarmos aqui!

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