Na recuperação que o Juventude busca para 2010, um jogador em especial tem motivos em dobro para sonhar alto com a temporada que se inicia. O experiente goleiro Sílvio Luiz, 32 anos, sofreu sério acidente em junho de 2008 e chegou a ter delicadas lesões no crânio e no ombro. Após uma longa e lenta recuperação, em que sua vida e sua carreira correram riscos, ele é reforço do clube de Caxias do Sul para o Campeonato Gaúcho e a Série C do Campeonato Brasileiro.
"A recuperação médica em si era demorada. O doutor Michel Simoni me explicou que acontecia em média de oito meses, mas que eu precisava de paciência para me recuperar no tempo que desse", conta Sílvio Luiz ao Terra. "Só mesmo cinco meses atrás é que pude voltar a trabalhar a parte física e treinar com bola".
A difícil recuperação
Com a carreira ameaçada por causa do acidente, Sílvio se agarrou na possibilidade de continuar em ação. "A gente sabia que tinha uma chance e foi um ano e meio de um lenta recuperação. Hoje, só tenho um pouco de receio, já perdi boa parte disso. O resto vai ser jogando mesmo".
Sílvio Luiz conta também que teve dificuldades para manter as contas em dia, já que ficou fora de combate por mais de um ano e meio. "Não recebi qualquer tipo de seguro, só me virei com as economias que tinha", afirma. No Juventude, o contrato firmado por Sílvio é normal, sem qualquer cláusula de produtividade.
Depois de superar todos os estágios de recuperação médica e em seguida física, Sílvio Luiz procurava um novo clube para retomar a carreira de passagens mais marcantes por São Caetano (1998 a 2006), Corinthians (2006) e Vasco (2007). O Juventude, segundo ele, foi uma ótima oportunidade.
"Quando recebi o convite, sabia das grandes condições do clube e, quando cheguei aqui, vi que era tudo o que eu pensava", elogia o jogador, que tem grandes planos para 2010. "Vamos disputar os títulos".
O acidente
Pouco depois de acertar com o Boavista para disputar a Série C do Campeonato Brasileiro no ano retrasado, Sílvio Luiz dirigia em Brás de Pina, região de subúrbio do Rio de Janeiro. Ele conta que colidiu com a traseira de um ônibus, no que foi o terrível acidente em 22 de junho de 2008.
"Estava em velocidade, mas ele me fechou. Meu carro era baixo e pequeno, então pela minha altura acertou bem na cabeça na hora da colisão".
