Judiciário vai avaliar situação de crianças em casas de adoção

Preocupados com os dados sobre a regularização da adoção em Alagoas, a Comissão Judiciária de Adoção de Alagoas quer saber qual atual situação das crianças e adolescentes. Dados apontam que apenas 20 crianças em Alagoas estão inscritas no Cadastro Nacional de Adoção.

Segundo dados nacionais, existem 17.736 pessoas inscritas à espera de uma criança para adotar e apenas 2.494 crianças e adolescentes regularizados para o processo de adoção em todo o Brasil. Em Alagoas, sabe-se que há mais de 700 crianças e adolescentes em creches e casas de passagem, mas apenas 20 delas estão inscritas no cadastro nacional, ou seja, então regularizadas para serem adotadas.

Por causa do pequeno número de crianças inscritas no cadastro nacional, a Comissão Judiciária de Adoção quer saber dos diretores das casas de adoção os motivos de ainda possuir um número muito pequeno de crianças inscritas no cadastro. “Queremos saber a atual situação para resolver a questão e incentivar a adoção, pois há muita criança à espera de uma família e muita família querendo dar um lar para elas”, ressaltou o juiz Paulo Zacarias, presidente da Comissão Judiciária de Adoção.

Para o corregedor do Tribunal de Justiça, desembargador José Carlos Malta Marques, a falta de regularização dessas crianças no processo de adoção desmotiva muitas famílias a adotarem e incentivam a adoção ilegal. “O trâmite normal de adoção, com uma criança inserida no cadastro nacional, leva cerca de 90 dias. Quando esta criança ainda não está regularizada para a adoção, esse trâmite se estende por mais de ano. Precisamos mudar este quadro e incentivar a adoção legal em Alagoas”, enfatizou Marques.

Representantes de 22 casas de adoção foram convocadas pela Comissão Judiciária para participar da reunião que acontece nesta quarta-feira, dia 17, no prédio do Tribunal de Justiça. “Estamos reunindo todos os diretores de lares para procurar resolver esta questão em definitivo. Queremos um levantamento para identificar quais os maiores problemas enfrentados para inserir esta criança no cadastro nacional e procurar os meios para que ela seja logo adotada”, completou Paulo Zacarias.

Já para o secretário da Comissão Judiciária de Adoção Internacional, Hamilton Ramos, é preciso incentivar a adoção em todo o país, uma vez que muitas crianças ainda estão em abrigos. “Precisamos aumentar o número de crianças cadastradas e incentivar esta adoção. Há crianças que passam 17 a 18 anos em casas de passagem e isso não pode acontecer. É uma casa de passagem e não permanente. Precisamos incentivar a adoção, facilitando o processo, para que mais crianças possam ganhar um lar”, disse.

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