Doze presos de Alagoas são transferidos para presídio federal

Assessoria Igesp/ArquivoIsrael dos Santos Teixeira, vulgo Raia

Israel dos Santos Teixeira, vulgo Raia

Uma grande operação realizada na manhã desta sexta-feira, dia 19, que conta com a presença de homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), promove a transferência de 12 reeducandos de alta periculosidade para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná.

A solicitação de transferência foi feita pela Intendência Geral do Sistema Penitenciário (Igesp) há cerca de um ano e meio, mas a transferência só foi autorizada após a intermediação do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público (Gecoc) e à 17ª Vara Criminal da Capital.

Os detentos foram transferidos sob esquema de segurança realizado pela polícia alagoana em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A transferência acontece devido à necessidade de isolar os reeducandos de Alagoas e evitar que eles continuem atuando e cooptando outros presos no sistema penitenciário.

Foram transferidos para a penitenciária federal de Catanduvas: Adeilson José da Silva (Pernambuco), 29 anos, preso no Sistema Penitenciário desde junho de 2007 por crime de extorsão mediante sequestro, roubo e formação de quadrilha; Antônio Marcos Soares dos Santos (Carioca), 30 anos, preso desde agosto de 2007 por crimes de roubo e sequestro; Flávio Soares da Silva (Flávio Ceguinho), 30 anos, preso desde julho de 2007, por crimes de roubo e tráfico de drogas; Israel dos Santos Teixeira (Raia ou Rael), 35 anos, preso desde setembro de 2005, crimes de roubo e formação de quadrilha; Jonathan Lopes da Silva (Mano), 40 anos, preso desde outubro de 2008, por crime roubo; José Antônio Alves da Silva (Vaqueirinho), 36 anos, preso desde abril de 2007, por receptação e formação de quadrilha; José Eraldo Bezerra Leite (Eraldo do Gás), 38 anos, preso desde janeiro de 2007 por crimes de roubo; Josinaldo Lisboa da Silva (Lisboa), 25 anos, preso desde dezembro de 2005 por crimes de roubo; Osvaldo Correia de Souza (Coroa ou Barão do Crack), 53 anos, preso desde março de 2008 por tráfico de drogas; Ricardo dos Santos Soares (Paulista ou PCC), 31 anos, preso desde agosto de 2007 por tráfico de drogas; Roberto de Oliveira Silva (Chicó), 25 anos, preso desde outubro de 2003 por crime de roubo; e Sérgio Murilo de Araújo Leite (Sérgio do Ovo), 42 anos, preso desde fevereiro de 2009 por crimes de homicídio.

Na unidade federal, os detentos não terão contato com outros presos e ficarão em celas individuais de sete metros quadrados. Eles devem permanecer em Catanduvas pelo período de um ano, podendo ser prorrogado por mais um.

A solicitação de transferência de presos teve início em dezembro de 2007, quando a Intendência Geral do Sistema Penitenciário (Igesp) solicitou 13 vagas no Sistema Penitenciário Federal. “Até então houve um entrave de algumas pessoas envolvidas com o processo de autorização das transferências desses presos. Neste período de um ano e meio, apenas o reeducando Adriano dos Santos Oliveira, o Caetano, teve autorização para cumprir pena em Catanduvas”, explicou o intendente-geral do Sistema Penitenciário, tenente-coronel Luiz Bugarin.

A relação de reeducandos a preencher as vagas disponíveis foi discutida em reuniões com integrantes da IGESP, Secretaria de Estado da Defesa Social, Ministério Público (através do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas) e 17ª Vara Criminal.

A 17ª Vara foi responsável pela autorização de transferência dos 12 detentos para que a documentação – substanciada com informações que comprovem a necessidade de retirada deles da unidade de origem – fosse encaminhada para a Justiça Federal, onde foi analisada pelo juiz responsável por Catanduvas, Sérgio Fernando Mouro.

“O apoio do Gecoc e da 17ª Vara foram imprescindíveis nesse processo. Foi um trabalho conjunto para evitar que estes presos continuassem de dentro dos presídios atuando no crime organizado. A lista de detentos foi rediscutida em reuniões, até chegarmos ao consenso daqueles que deveriam cumprir pena de forma isolada”, enfatizou Bugarin.

Bugarin destaca ainda que a partir desta transferência, haverá mudanças de procedimentos dentro das unidades prisionais para dificultar ao máximo que os presos se reorganizem e venha surgir novos líderes dentro dos presídios. “Identificamos que estes reeducandos de certa forma ainda estariam comandando dentro e fora do presídio, inclusive corrompendo servidores públicos. Esta é uma realidade de todos os estados da federação e Alagoas hoje é privilegiada por conseguir essas transferências, uma vez que trabalhamos nisso há um ano e meio. Há outros quatro a cinco nomes que estão sendo levantados para possíveis novas transferências para unidades federais e iremos solicitar outras vagas caso comprovada a necessidade”, destacou o intendente.

“A partir de hoje já estamos implantando novos procedimentos, adotados em conjunto com o Ministério Público e o Judiciário, para que essas ações dificultem a reorganização dos criminosos nos presídios”, disse.
Sete presos alagoanos já foram transferidos para unidades prisionais federais. O primeiro foi o ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcanti, em março de 2007, a pedido do Judiciário alagoano, transferido para Catanduvas. Em setembro do mesmo ano, o detento Agilberto Júnior dos Santos (Júnior Cicatriz) foi encaminhado para o presídio federal de Campo Grande (MS) pela Polícia Federal. Já no mês de dezembro de 2007, Marcelo Marques da Silva, José Roney, Rosivaldo dos Santos e Geovane dos Santos – acusados de participar do seqüestro de um juiz alagoano – foram transferidos para Campo Grande. Além de ‘Caetano’ e Raimundo Edson da Silva Medeiros (sargento Medeiros) que foram transferidos em agosto de 2008, também para Catanduvas.

Fonte: Com Assessoria

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