Quilombolas participam de encontro estadual

As questões referentes às comunidades quilombolas estarão em pauta nos dias 12, 13 e 14 de novembro, quando será realizado o Encontro Estadual de Comunidades Negras Quilombolas de Alagoas, no Museu da Imagem e do Som (MISA) e na Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), em Maceió.
Cerca de 70 representantes de comunidades certificadas e não-certificadas oficialmente devem participar do encontro, interagir sobre a necessidade de certificação e discutir com gestores públicos a implantação de políticas que levem melhorias às comunidades.

Numa iniciativa do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), com o apoio da Fundação Cultural Palmares e do Laboratório de Antropologia Visual de Alagoas (AVAL), o objetivo do evento é fortalecer a organização das comunidades quilombolas e promover o debate sobre melhoria da qualidade de vida e valorização da identidade. Durante o encontro também serão discutidos temas relacionados à territorialidade e à promoção de políticas públicas.

COMUNIDADES EM ALAGOAS – Em Alagoas existem aproximadamente 50 comunidades quilombolas. Dessas, apenas 23 já foram certificadas oficialmente pela Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura. Outras 24 foram visitadas esse ano por uma equipe do Iteral, que além de elaborar um mapa etnográfico descrevendo as comunidades, sensibilizou os moradores para a importância dessa certificação. “Mas esse número pode ser ainda maior, visto que outras comunidades ainda podem ser visitadas”, diz a gerente do Núcleo de Quilombolas do Iteral, Berenita Melo.

Como explica o antropólogo Christiano Barros, integrante da equipe do Iteral que fez as visitas e coordenador do Encontro Estadual, para que haja essa certificação, é preciso que a própria comunidade se defina como quilombola e queira ser certificada pela Fundação Palmares. “Não basta que um órgão público, a prefeitura ou um pesquisador diga que determinada comunidade é remanescente de quilombos para que ela seja certificada. É preciso que a iniciativa parta da própria comunidade”, comenta o antropólogo. É por esse motivo que durante o Encontro haverá um momento em que líderes de comunidades já certificadas irão debater com os representantes das comunidades ainda não-certificadas a importância desse processo.

Segundo Christiano Barros, hoje o conceito atual de quilombola é mais amplo para reparar uma injustiça histórica. “Quilombolas são grupos étnicos constituídos principalmente por uma população negra, que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e as práticas culturais próprias”, explica Christiano Barros.

Fonte: Assessoria/Iteral

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