CPI dos Correios vai iniciar diligências em bancos e empresas com apoio da PF

A CPI dos Correios deve iniciar, na próxima semana, diligências em bancos e empresas com o apoio da Polícia Federal. O Banco do Brasil também deve encaminhar à comissão, a partir de segunda-feira (25), o detalhamento da movimentação de R$ 50 milhões em contas das empresas de Marcos Valério Fernandes, acusado de ser o operador do "mensalão", suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada pelo governo.

Outra decisão anunciada pelo relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio, foi a de criação de subrelatorias e a de subgrupos para acompanhar os depoimentos. A primeira subrelatoria criada foi a de finanças, a cargo do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Segundo o tucano, sua missão será investigar a origem, quem intermediou e a destinação dessa movimentação financeira milionária.

Fruet adiantou ainda que integrantes da comissão deverão ir ao Tribunal de Contas da União (TCU), na próxima semana, para acertar detalhes do apoio do órgão à investigação. A análise da documentação bancária recolhida até agora evidencia, de acordo com o sub-relator de finanças, que o sistema de fiscalização público de operações financeiras está "à beira da falência".

– Ineficiência não significa má fé. De qualquer forma, essa estrutura de fiscalização está próxima da falência e precisa ser melhorada – observou.

Apesar de ainda incipiente, a análise dessa documentação já afastou qualquer dúvida, segundo Serraglio, sobre a relação entre alguns parlamentares e a movimentação financeira de Marcos Valério. O relator admitiu a necessidade de se estabelecer um elo entre as CPIs dos Correios e a do Mensalão, cabendo à primeira, conforme frisou, apurar atos de corrupção e delimitar a responsabilização do governo.

– A investigação de todo o propinoduto é objetivo do Mensalão – acrescentou.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) confirmou a chegada à CPI dos Correios do sigilo telefônico e bancário do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), assim como dos telefones particulares e das empresas de Marcos Valério. O parlamentar ressaltou também a importância do envio, na próxima semana, do inquérito feito pela Polícia Civil de Minas Gerais ao Supremo Tribunal Federal (STF), que identificaria os nomes dos beneficiários finais dos saques no Banco Rural.

Fonte: AGÊNCIA SENADO

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