Sobem para 59 o número de mortos em atentados no Egito

Aumentou para pelo menos 59 o número de mortos em uma série de explosões registradas no balneário egípcio de Sharm el-Sheik, na costa do Mar Vermelho, neste sábado. Pelo menos outras 135 pessoas teriam ficado feridas.

De acordo com as autoridades egípcias, pelo menos dois carros-bomba foram usados nos ataques, que ocorreram por volta da 1h, hora local (19h, hora de Brasília). O número de explosões, porém, pode ter sido maior – há relatos de que poderiam ter sido detonados até sete carros-bomba.

A primeira bomba teria explodido na região do velho mercado da cidade, matando pessoas que estavam em um café.

Outras explosões, pelo menos duas, ocorreram no distrito de Naama Bay, onde estão concentrados hotéis de luxo freqüentados por turistas.

Brasileiros

De acordo com o correspondente da BBC Brasil no Egito, Paulo Cabral, a fachada de pelo menos um hotel do distrito, o Ghazala Gardens, ficou bastante destruída.

O ministro do Interior do Egito, Habib El-Adli, disse que, dos 59 mortos, 51 seriam egípcios e oito seriam estrangeiros. Dos 135 feridos levados para os hospitais, 16 seriam estrangeiros.

A embaixada brasileira no Cairo informou que, até 3h50 da manhã (hora de Brasília), não havia notícias a respeito de vítimas brasileiras.

Uma vítima dos atentados no balneário disse que nunca se sentiu mais assustada na vida.

"A explosão que sentimos foi muito violenta e aqui no hotel nós estamos em estado de choque", disse Samantha Hardcastle. "Foi absolutamente horrível."

"Eu e meu marido estávamos sentados perto do hotel quando uma explosão imensa ocorreu, e outra ocorreu três minutos depois."

Muitos turistas que estavam em Sharm el-Sheik estavam bares e casas noturnas quando as explosões ocorreram, por volta da 1h deste sábado, hora local (19h, hora de Brasília).

Policial

Um policial de Londres que havia ido ao balneário para passar férias depois de trabalhar no caso dos atentados a bomba de duas semanas atrás na capital britânica teve o azar de também testemunhar as explosões no Egito.

"(Eu,) minha mulher e dois amigos estávamos em um café a cerca de 50 metros de onde as explosões aconteceram", disse o policial Charles Ives.

"(Houve) duas explosões no espaço de quatro minutos. Primeiro, uma imensa explosão que causou pânico, (com) muitas pessoas correndo em todas as partes e nós tentamos fugir delas. Nós começamos a correr e, quatro minutos mais tarde, a segunda (explosão) ocorreu".

Uma outra testemunha, Fabio Cassone, disse à BBC que estava no Hard Rock Café de Naama Bay quando ouviu uma primeira explosão, que parecia ser pequena.

"Tudo ficou calmo e, então, poucos segundos depois, uma explosão mais forte causou pânico em massa", disse.

"Nós fomos para fora, para a rua, quando nos deparamos com centenas de pessoas correndo para todos os lados e gritando."

"Nós vimos que a fachada de um hotel foi arrasada, havia estilhaços por toda parte. Havia dois corpos no chão, mas eu não sei se eles estavam mortos", disse Cassone.

Yahia Gabr, uma funcionária do Casino Grand Sinai, disse que um amigo dela estava vindo da região de Naama Bay e estava "chocado, aterrorizado" após ver um carro explodir no meio do balneário.

"Ele viu coisas queimadas dentro do carro, como se fosse carvão, e muita fumaça."

Israel e palestinos

Esta é a primeira vez que Sharm el-Sheik e os hotéis no distrito de Naama Bay são atingidos por atentados a bomba.

O local é um destino popular de turistas europeus, especialmente nestes meses de verão no hemisfério norte, e neste ano foi palco de um encontro entre líderes de Israel e da autoridade palestina.

Os ataques são os mais graves no Egito desde 1997, quando 58 turistas morreram num atentado na cidade Luxor.

Em outubro do ano passado, 34 pessoas, incluindo turistas israelenses, morreram em três explosões simultâneas na Península do Sinai.

As explosões ocorrem durante a alta estação turística no hemisfério Norte.

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