Banco Rural fraudou informações à CPI

A Policia Federal encontrou irregularidades em quatro dos seis arquivos enviados pelo Banco Rural à CPI dos Correios. A perícia da Polícia Federal descobriu que há falhas nos discos rígidos de computadores entregues pelo Banco Rural à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios. Alguns dados teriam sido apagados ou alterados.

Segundo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), “era visível” que vários documentos que chegaram do Banco Rural eram fraudados. Um relatório da Polícia Federal foi levado à CPMI para que tome providências.

A suspeita da oposição é que o banco teria modificado os extratos para dar um destino legal a parte dos recursos que passaram pelas contas das duas agências do publicitário. “Os empréstimos e repasses que o Marcos Valério alega não batem”, diz o Senador. “Não é somente repasse para partidos. Há suspeita de repasse para o exterior, em períodos que deputados trocaram de partidos e era preciso casar os saques com os empréstimos”.

A senadora Heloísa Helena vai defender amanhã na CPI dos Correios que seja formado uma diligencia para acompanhar a geração de dados na sede do Banco Rural. "Assim dá para garantir que os dados venha direto da base de dados do Banco", afirmou Helena.

O Banco Rural possui uma das contas da empresa SMP&B, agência de publicidade de Marcos Valério. O empresário é apontado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) como operador de um esquema de compra de votos no Congresso Nacional.

Segundo uma fonte ouvida pela reportagem do Último Segundo, vários emissários do Banco Rural procuram parlamentares após a divulgação do laudo da PF. O senador Álvaro Dias acha que se for comprovado as irregularidades, o Banco Central poderá decretar a intervenção no Banco Rural. "O Banco [Rural] já tem um histórico ruim", disse ele. A situação do Rural fica tão delicada que um deputado se recusou a comentar temendo que a crise leve o banco a uma possível quebra.

Para alguns parlamentares a fraude do Banco Rural é mais um indício que uma operação abafa está em andamento. Deputados e senadores ouvidos confirmam a suspeita de um acordo “esquentar” o destino de boa parte do dinheiro. Pela suspeita, deputados e assessores que já haviam sido indicados como sacadores ou beneficiados do dinheiro vindo das contas das agências do publicitário teriam “engordado” os valores recebidos.

Fonte: Último Segundo

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos