Militares são condenados por homicídio culposo

O juiz da Auditoria Militar, James Magalhães de Medeiros, divulgou agora a pouco o resultado final do julgamento dos três militares do Corpo de Bombeiros (CB), apontados como responsáveis pela morte do aluno Emerson Lima Cerqueira.

O Conselho Especial de Justiça condenou os militares por homicídio culposo, alegando que, de certa forma, eles foram omissos ao problema.

O sargento Nelson Menezes foi condenado a um ano de detenção; o também sargento Alexandre Nascimento a dois anos; e o tenente Wellington Roberto pegou três anos de reclusão.

De acordo com o advogado de defesa, Antônio Andrade, o cumprimento da pena dos dois sargentos será em regime aberto. “Eles continuarão trabalhando na corporação durante o dia e recolhendo-se à noite para a própria residência. Eles terão uma liberdade vigiada, tendo horário determinado para se recolher e não podendo freqüentar bares no período da noite”, explicou.

Já o Tenente Wellington, que foi visto pelo Conselho Especial de Justiça como o de maior culpa no caso, pelo fato de ter sido o instrutor do treinamento, o cumprimento ainda não foi sentenciado pelo juiz. “A certeza que temos é de que ele não chega a perder o cargo pois, caso contrário, o juiz teria feito o anúncio e encaminharia, para o Tribunal de Justiça e Conselho de Justiça da Corporação, à cassação”, diz o advogado.

Segundo o sub-comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Paulo César, que acompanhou o julgamento, o tenente deve cumprir pena em presídio militar.

Comoção

Um esquema de segurança foi montado por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no intuito de impedir que houvesse algum tipo de manifestação. Mas o clima no Auditório Desembargador José Marçal Cavalcanti, era de comoção.

Uma das primeiras pessoas a deixar o local foi o pai da vítima, José Edílson, que, antes de ser lido o resultado final, estava confiante de que os três militares seriam condenados. “Eu confio na justiça e ela dará a resposta. Meu filho queria ser militar, tinha paixão pela profissão, mas não podemos admitir que fiquem impunes. O atestado de óbito e o laudo cadavérico mostram que a causa da morte foi por afogamento”, ressaltou.

Muito tensos, os réus evitaram falar com a imprensa. Antes do anúncio do juiz, o tenente Wellington se restringiu a falar para a reportagem do Alagoas 24 Horas apenas que não houve morte por afogamento. “A absolvição é a única forma de se fazer realmente a justiça”, contou.

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