O Brasil disse "não" à hipocrisia

Alvíssaras! Mais de 80 por cento dos brasileiros não são hipócritas; a vitória do “não” amenizou a ira contra o referendo inoportuno e irresponsável, que torrou 700 milhões de reais da viúva federal às vésperas do ano eleitoral – quando serão gastos mais 1 bilhão de real; e haja dinheiro num País de miseráveis.

Nem todos que votaram “sim” no referendo sobre o comércio de armas são hipócritas, mas, com certeza, se deixaram levar pelo canto da sereia; acreditaram que o poder público inoperante, ineficaz e corrupto dá conta de proibir o contrabando e a pirataria. Pior: não admite que o poder público é o único responsável pela escalada da violência no País.

A quem interessava a vitória do sim? Essa foi a pergunta que o cidadão consciente fez e quando ele mesmo obteve a resposta bandeou-se para o não; viu que o maior interessado e beneficiado caso o “sim” vencesse era a máfia internacional de armas; em seguida, os grandes grupos privados de segurança e transporte de valores – o exército particular que desfila armado pelo País vendendo proteção e segurança.

A pior de todas as armas, a mais devastadora e da qual provêm todos os males sociais é a fome; só o hipócrita e o cínico não vêem – ou vêem, sabem e disfarçam, porque são os responsáveis pelas desgraças. O poder público inoperante, que não está presente onde a sociedade exige; ineficaz, pois não consegue desarmar os bandidos; sequer consegue mantê-los presos, e corrupto, entendeu agora de arrastar a sociedade para o rol dos culpados.

Não interessa saber se o bandido comprou armas; o que importa é saber porque o bandido está solto – e se o bandido está solto é porque o poder público falhou. Mas, todos devem ficar atentos; com a vitória do “não”, as autoridades responsáveis pelas desgraças nacionais acabam de ganhar um álibi – e, cinicamente, vão dizer que a sociedade é a culpada pelas tragédias socais que se repetirão independente do “sim” ou do “não” do referendo das armas.

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