O "envelhecimento" dos adolescentes

“E, à medida que os adolescentes envelhecem, revelou o relatório, eles tendem a perder o interesse em distrações como jogos on-line e ficam mais inclinados a usar a Internet em busca de informação.”

O fragmento reproduzido acima é uma passagem de texto publicado no site UOL. Trata-se da tradução de um artigo do jornal “The New York Times” que discorre sobre a preocupação cada vez maior dos pais com o número de horas que seus filhos passam diante da tela do computador.
Segundo o texto, foi publicado recentemente um relatório que apontou, entre outros itens, que, apesar de terem grande interesse por tecnologia, os adolescentes ainda passam mais tempo se relacionando com os amigos pessoalmente do que pelo telefone ou pelo computador.
A questão lingüística suscitada pelo fragmento diz respeito à semântica. O adolescente é aquele que ainda não atingiu a maturidade, é o indivíduo que está no início do processo de maturação. Assim, não é apropriado dizer que “o adolescente envelhece”. A adolescência termina na maturidade, não na velhice. Mais adequado, então, seria dizer “à medida que os adolescentes amadurecem”.
Do ponto de vista sintático, o texto também pode sofrer pequena reformulação. O sujeito dos verbos “envelhecer” e “tender” é o mesmo, ou seja, “os adolescentes”. A oração principal do período é a do verbo “tender” (“à medida que envelhecem” é a oração subordinada, a qual exprime uma circunstância de proporcionalidade). O sujeito deve ser explicitado apenas na oração principal, mantendo-se elíptico na oração subordinada.
Ainda falando de sintaxe, é bom que se diga que, como o conteúdo do relatório não é uma declaração de alguém, é necessário acrescentar a conjunção “segundo” antes do verbo “revelar”.

Veja, abaixo, o texto reformulado:

E, segundo revelou o relatório, à medida que amadurecem, os adolescentes tendem a perder o interesse em distrações como jogos on-line e ficam mais inclinados a usar a Internet em busca de informação.

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