Sharon já respirou de forma espontânea e deve sair do coma hoje

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, 77, internado desde o último dia 4 devido a um acidente vascular cerebral (AVC), começou a ser retirado do coma induzido a que foi submetido na semana passada. Médicos do hospital Hadassah, de Jerusalém, onde está sendo tratado, informaram que ele já consegue respirar de forma independente, mas continua ligado a aparelhos para auxiliá-lo.

A quantidade de sedativos será reduzida gradualmente para estimular uma resposta do primeiro-ministro. Com isso, médicos também vão conseguir avaliar a extensão dos danos neurológicos provocados pelo derrame [outro nome para AVC que Sharon sofreu. O processo pode levar horas e até mesmo dias.

"O primeiro-ministro começou imediatamente a respirar de forma independente, mas continua ligado ao respirador", informou o diretor do hospital Hadassah, Shlomo Mor Yosef, hoje.

O próximo passo dos médicos é reduzir gradualmente a atividade do respirador, para poder mensurar se o primeiro-ministro é capaz de manter a sua respiração de forma independente, informam especialistas ao jornal "Haaretz", de hoje.

A rede de TV israelense Canal 1 informou hoje que médicos "esperavam ver" uma resposta inicial de Sharon minutos depois da diminuição na dose de sedativos.

Coma induzido

A decisão de tentar tirar Sharon do coma induzido foi tomada depois que médicos realizaram uma tomografia neste domingo. O exame revelou que a pressão intracraniana e a pressão sangüínea do primeiro-ministro estão normais.

Neurocirurgiões afirmaram nesta segunda-feira que a extensão das respostas de Sharon podem variar muito, de pequenos movimentos dos dedos, até a abertura dos olhos. Especialistas também disseram que o primeiro-ministro pode não acordar do coma.

"Nem sempre o paciente acorda quando queremos", afirmou ao "Haaretz" Menashe Zaaroor, chefe do departamento de neurocirurgia do hospital de Rambam, em Haifa. "Às vezes, o paciente acorda assim que os sedativos são interrompidos; outras vezes isso pode levar um mês".

Cirurgias

Na sexta-feira (6), médicos decidiram levar o primeiro-ministro novamente à sala de cirurgia depois que uma tomografia computadorizada indicou o aumento da pressão intracraniana e sangramento. O procedimento durou cinco horas e ontem Sharon passou a apresentar melhora. Esse foi o terceiro procedimento cirúrgico realizado em Sharon em menos de dois dias.

Na quarta-feira (4), o primeiro-ministro foi submetido a um procedimento cirúrgico para tentar estancar o sangramento. Logo depois, uma tomografia revelou que o problema persistia, e ele voltou para a mesa de operações. A segunda cirurgia levou sete horas.

Depois do segundo procedimento cirúrgico, médicos decidiram colocar Sharon em estado de coma induzido para que ele pudesse se recuperar do severo trauma causado pelo derrame. Além disso, o coma pode auxiliar na manutenção da pressão intracraniana.

Mas a cautela para manutenção da pressão intracraniana não foi suficiente. Na sexta, um novo sangramento e o aumento dos níveis de pressão fizeram com que ele voltasse à mesa de cirurgia.

Histórico

Em 18 de dezembro último, o primeiro-ministro foi internado às pressas no hospital de Hadassah depois que uma lesão em seu coração provocou um derrame de menor intensidade. Um coágulo se formou em uma perfuração de poucos milímetros no coração que depois chegou ao cérebro e tapou brevemente uma das veias, até desintegrar-se de forma natural.

Médicos já tinham alertado anteriormente que um dos principais problemas enfrentados por Sharon é o excesso de peso [atualmente ele pesa 118 kg].

No último dia 4, Sharon começou a se sentir mal [teve dores no peito e dificuldade para falar] quando estava em sua fazenda na região de Negev, ao sul de Israel. O primeiro-ministro, então, foi levado até o hospital, em companhia de seus dois filhos, Gilad e Omri.

O primeiro-ministro foi conduzido imediatamente à UTI, ainda consciente. De acordo com redes de TV israelenses, o próprio premiê teria pedido para ser hospitalizado, e aparentava tranqüilidade quando chegou ao centro médico.

Fonte: Folha Online

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