A Polícia italiana deteve hoje em Cosenza (sul) o sacerdote franciscano Fedele Bisceglia, de 69 anos, por supostos abusos sexuais contra uma religiosa que trabalhava em uma organização caridosa fundada pelo próprio acusado.
Bisceglia, muito famoso na Itália por seu trabalho missionário na África e por seu apoio aos torcedores do clube de futebol Cosenza (de que chegou a ser presidente na temporada 2004-2005), foi detido junto a um de seus colaboradores, Antonio Gaudio, também acusado de abuso sexual.
As detenções ocorreram por ordem do Tribunal de Cosenza por causa das denúncias apresentadas pela suposta vítima, que assegurou ter sofrido repetidas vezes violência sexual por parte do sacerdote.
A religiosa também assegurou que em uma ocasião foi vítima de abuso por um grupo em que estava Antonio Gaudio e outras pessoas que a Polícia tenta identificar.
Segundo os meios de comunicação italianos, a religiosa foi submetida a um exame psiquiátrico que demonstrou que estava em pleno uso de suas faculdades mentais, e foram realizadas escutas telefônicas que contribuíram para que a Promotoria de Cosenza formalizasse a acusação.
Bisceglia afirmou que as acusações "são totalmente inventadas" e que a suposta vítima "é uma louca". "Eu me sinto perseguido, como Jesus", disse no momento de sua detenção.
Ordenado sacerdote em 1964, o religioso franciscano é o fundador de diversas associações de voluntariado, entre elas "Oasi Francescana", em que a freira que o acusa trabalhava.
Essa organização, muito conhecida em Cosenza, conta com amplas instalações dedicadas a acolher e ajudar os mais pobres, com uma sala de jantar, dormitórios e um ambulatório médico.
O arcebispo de Cosenza, Salvatore Nunnari, expressou sua "fraterna proximidade ao padre Fedele", disse "não conhecer bem os fatos" e disse estar "confiante na justiça e na magistratura".
