Polícia Civil apresenta membro do PCC preso em Alagoas

Luis VilarJoão Marcelo afirma não pertencer ao PCC

João Marcelo afirma não pertencer ao PCC

A Polícia Civil de Alagoas apresentou – na manhã de hoje – o membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), preso no município de Santana do Mundaú. O preso João Marcelo da Silva é acusado de ser um dos chefes do comando operacional do PCC que matou vários PMs em São Paulo e arquitetou uma tentativa de fuga no presídio de segurança máxima Presidente Bernardes.

João Marcelo da Silva estava em Alagoas para visitar familiares, já que nasceu neste Estado. Segundo a Polícia Civil, ele é conhecido na facção criminosa como Coronel Tatuagem. “Os membros do PCC usam patentes como se fosse uma instituição, como coronel, ele ocupava um alto posto de comando”, explicou o delegado Antônio Cardoso, que comandou a operação.

João Marcelo estava sendo rastreado por uma operadora telefônica de São Paulo, que agia sob o comando da Secretaria de Defesa de São Paulo, com ordem judicial. O delegado da Polícia Civil paulista, Edson Lahoz descobriu que o suspeito ligava três vezes por dia para os advogados e para o PCC. Caso em uma das chamadas ninguém atendesse, era para ele sair do local onde estava imediatamente porque estava sob o cerco da polícia. As ligações sempre eram feitas de orelhões.

Em uma operação conjunta com a Polícia Civil de Alagoas foram mapeados todos os orelhões da cidade de Santana do Mundaú. “Ficamos na espera. Ouvimos a primeira ligação, que ele fez às 14 horas. Depois ligou às 16 horas. Então armamos para pegá-lo na última ligação. Contamos com o destacamento militar de União dos Palmares”, explicou o delegado.

Contratempo

No instante em que as equipes da PM e da Civil deixaram União dos Palmares rumo à Santana do Mundaú para prender João Marcelo aconteceu um assalto na cidade em que estavam. Com isto, a Polícia Militar teve que ficar e foram realizar a prisão apenas o delegado e mais dois policiais civis.

João Marcelo foi preso em um orelhão quando estava fazendo a última ligação do dia. “Eu cheguei a falar com advogado dele por telefone, mas depois desliguei. Conduzi o elemento para a delegacia. Ele apenas disse: ‘doutor, o senhor já viu comandante entregar os comandados. Eu respondo por tudo sozinho. Não há nada que pese contra mim’”, disse o delegado.

Conforme o delegado, todo bandido que se torna coronel dentro do PCC ganha dois seguranças que o acompanham dia e noite, estranhamente estava sozinho. Ele diz que estava só, mas a primeira coisa que eu disse a ele no momento em que dei voz de prisão foi ‘se alguém atirar na gente, eu mato você’”, complementou o delegado.

O diretor geral da Polícia Civil, Robervaldo Davino, informou que a Polícia Civil de São Paulo já enviou equipes para buscar João Marcelo da Silva ainda hoje. Ele deve ficar preso na sede do Tático Integrado Grupo de Resgate (Tigre).

O suspeito

O suspeito de integrar o PCC nega tudo o que a Polícia Civil de Alagoas afirmar ser verdade. Ele diz que nunca ouviu falar em Primeiro Comando da Capital e muito menos no tal Coronel Tatuagem. “Já fui preso oito vezes em São Paulo, mas nunca por estar envolvido com tudo isto que eles estão falando aí. E por tudo que fiz já paguei. Tanto que nem foragido eu estava”, declarou João Marcelo.

João Marcelo nega que tenha dito ao delegado que assumiria pelos crimes sozinho. “Como é que eu vou assumir por algo que eu nem sei o que é. Não existe nada disto”, colocou. Para o delegado, as declarações de Marcelo são sábias, porque ele é esperto e um dos bandidos mais perversos do PCC.

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