"Quebra" de 1912 será discutido em encontro afro alagoano

Um dos episódios mais violentos da história de Alagoas, a “operação xangô” ocorrida em 1912, também conhecida como “quebra” nas casas de cultos afros de Maceió e cidades vizinhas, será discutido no próximo dia primeiro de fevereiro, das 8h às 17h, na Escola Estadual Geraldo Melo, no Tabuleiro do Martins durante o Encontro Afro Alagoano em Educação.

Com o tema “Desconstruindo os mitos da intolerância”, o encontro – realizado pelo Núcleo de Identidade Negra da Secretaria Executiva de Educação – pretende levantar a discussão sobre o respeito à diversidade racial e cultural através do tema, que até hoje, ascende a polêmica sobre liberdade no país.

Conta-se que a "operação xangô" liderada por integrantes da Liga dos Republicanos Combatentes, associação civil de caráter miliciano – que implicou na destruição das principais casas de culto de Alagoas – tinha sido o mote inicial da campanha, as suspeitas de que entre o Governador Euclides Malta e aquelas casas de culto existia um estreito relacionamento, de modo que depois da deposição daquele político, que já se mantinha no poder por quase doze anos, a ira da população se voltou contra os terreiros.

Em conseqüência disso, os terreiros foram temporariamente fechados, dando razão para que na seqüência dessa destruição surgisse uma modalidade exclusiva de culto: "O xangô rezado baixo".

A coordenadora do Núcleo de Identidade Negra, Arísia Barros, explica que a idéia é informar tanto a comunidade escolar, quanto à religiosa, o que foi o momento histórico vivido em 1912 e quais as conseqüências desse crime para a população afro-descendente de Alagoas. “Queremos que todos conheçam a história de seu povo e aprendam a amá-la”.

Segundo Arísia, o ponto alto do encontro são as mesas temáticas sobre o quebra e sobre a vivência da mulher negra nas religiões afro, que será composta pelas mais respeitadas ialourichás de Alagoas. “O encontro vai trabalhar a temática negra dando ênfase a questão da religião, porque o nossa intenção não é trabalhar só o mito negro na escola, mas o respeito a diversidade” acrescenta.

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