Companhia indeniza familiares de vítimas de naufrágio

A empresa Al Salam Maritime Transport afirmou que vai pagar US$ 26 mil aos familiares de cada vítima que morreu no naufrágio do navio Al Salam Boccaccio 98. Segundo a agência de notícias Reuters, a afirmação foi feita por Mamdouh Ismail, dono da companhia, à uma emissora egípcia de TV.

Ontem, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, afirmou que o governo vai pagar US$ 5.200 às famílias de pessoas que morreram no naufrágio. Já os sobreviventes devem ganhar cerca de US$ 2.600 cada.

A embarcação afundou na madrugada de sexta-feira, no mar Vermelho, quando ia do porto de Duba (Arábia Saudita) para Safaga (Egito).

Centenas de pessoas continuam desaparecidas. O número de corpos encontrados não passa de 200 (agências divergem entre 185 e 195 mortos), enquanto o de sobreviventes está em 378. No momento do acidente, havia cerca de 1.400 pessoas a bordo.

Centenas de parentes e amigos de passageiros continuam no porto de Safaga, aguardando notícias. Depois dos confrontos de ontem, hoje estas pessoas protestam contra Mubarak e autoridades egípcias.

"Todos eles estão na televisão, dando entrevistas. Mas você vê algum deles aqui? Não", afirmou Ashraf Mohamed, que está no porto de Safaga. Ontem pela manhã, Mubarak visitou sobreviventes em um hospital no porto de Hurghada, para onde alguns dos passageiros haviam sido levados.

Negligência

O porta-voz da Al Salam Maritime Transport afirmou que o navio estava dentro das normas de segurança internacionais. No entanto, informações preliminares de técnicos e depoimentos de sobreviventes indicam que o capitão da embarcação não agiu como deveria para evitar a tragédia.

Mesmo ciente de que havia um foco de incêndio no Al Salam Boccaccio 98, o capitão Sayyed Omar decidiu continuar a viagem. Além disso, passageiros falaram que o responsável pelo navio fugiu em um barco salva-vidas pouco antes do naufrágio.

Muitos dos passageiros que estavam com coletes salva-vidas foram convencidos pela tripulação a retirar estas peças, pois a situação "estava sob controle". "Os funcionários da embarcação não queriam que os passageiros colocassem os salva-vidas para evitar pânico", afirmou Abdel Raouf, que estava no navio.

Hussein el-Harmil, responsável pela segurança marítima no Egito, afirmou que houve tempo suficiente para organizar a evacuação do navio, antes que ele afundasse. "Talvez por não ter conseguido se comunicar ou apagar o fogo, os responsáveis pela embarcação se precipitaram. Suas ações podem ter levado ao naufrágio."

Fonte: Folha Online

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