Projeto Catavento leva perspectivas aos moradores da favela Sururu de Capote

Elaine RodriguesVirgínia Gonçalves e Narciso Fernandes explicam como funcionará o projeto

Virgínia Gonçalves e Narciso Fernandes explicam como funcionará o projeto

Integrantes do Fórum pela Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (Fetipat) visitaram hoje a favela Sururu de Capote, onde será implantado o projeto Catavento. A previsão é que o projeto comece até fim deste primeiro semestre, para beneficiar 200 crianças e adolescentes.

O projeto é financiado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e será executado pela entidade Caritas Brasileira, com o apoio do Fetipat. “Uma das exigências da OIT é que fosse uma comunidade desassistida por programas de governo para que essas crianças e suas famílias fossem trabalhadas”, explicou Virgínia Gonçalves, coordenadora do Fórum e procuradora-chefe do Trabalho.

Ao todo, a orla lagunar é formada por favelas que abrigam cerca de quatro mil famílias, 450 somente na Sururu de Capote, e todas vivem da pesca e do sururu da lagoa Mundau. “A líder comunitária, Vânia Teixeita, realizará o cadastramento das crianças, que devem ter entre zero e 16 anos e que estejam em situação de trabalho ou sofrendo exploração sexual”, disse Virgína Gonçalves, adiantando que só poderão continuar no projeto as crianças que freqüentarem a escola.

O projeto também será implantado em Arapiraca, onde deve beneficiar 108 crianças e adolescentes. Na próxima semana, nos dias 15 e 16, o Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil realizará uma oficina com as instituições envolvidas no projeto, para criar o modelo que será adotado.

“Este será um projeto piloto, onde iremos criar os mecanismos para erradicar o trabalho infantil e, assim, aplicar em outras comunidades”, afirmou o Narciso Fernandes, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas.

O modelo do projeto deve ser apresentado até o dia 31 de março.

Perspectivas

O projeto Catavento é destinado a atender crianças e adolescentes que, desde a infância vivem em uma situação de risco, explorada sexualmente ou pelo trabalho, como o caso de Josilene de Lima, de 23 anos.

Moradora da favela, ela conta que começou a descascar o sururu quando tinha apenas oito anos. “Eu tinha que ajudar a minha mãe, então comecei. Hoje tenho dois meninos, um está na creche e o outro está me ajudando, enquanto não começa as aulas”, explicou.

Para os filhos, Josilene espera uma vida melhor, fora da favela. “Espero que eles estudem para ser alguém na vida”, concluiu.

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