Palestina atravessa ‘grave crise’ por causa de sanções, diz Abbas

O líder palestino, Mahmoud Abbas, disse, neste domingo, que a Autoridade Palestina enfrenta uma ‘séria crise financeira’ após o anúncio de que Israel vai impor sanções à instituição. A medida israelense é uma represália ao novo Parlamento eleito pelos palestinos, amplamente dominado pelo grupo Hamas.

"Infelizmente as pressões já começaram e a ajuda começou a diminuir… sendo assim, atravessamos uma crise financeira real", disse Abbas em Gaza.

Ele confirmou que os Estados Unidos pediram a devolução de US$ 50 milhões, após a vitória do Hamas nas urnas, mas disse que as negociações sobre o assunto ainda não haviam terminado.

As sanções

Abbas deve se encontrar com líderes do Hamas nesta segunda-feira para discutir a formação de um novo governo.

Neste domingo, o governo israelense aprovou as novas restrições à Autoridade Palestina um dia depois que o novo Parlamento, dominado pelo grupo militante Hamas, tomou posse.

Israel decidiu bloquear a transferência mensal de cerca de US$ 50 milhões em impostos que coleta para a Autoridade Palestina. O país também vai pedir à comunidade internacional que bloqueie dinheiro destinado aos palestinos e que não seja parte de doações humanitárias.

O governo israelense não impôs mais restrições ao trânsito de palestinos pela região.

Antes da reunião de domingo do gabinete de governo israelense, o primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, afirmou que a eleição do grupo militante palestino Hamas para o Parlamento está criando "uma autoridade terrorista" na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Olmert descartou qualquer tipo de contato com o grupo militante.

"Está claro que, dado à maioria do Hamas no Parlamento e ao fato de que a responsabilidade pela formação de um novo governo foi passada ao Hamas, a Autoridade Palestina está, efetivamente, se transformando em uma autoridade terrorista", disse Olmert.

"Israel não vai manter contatos com um governo do qual o Hamas é parte."

Palestinos mortos

O recém-eleito porta-voz do Parlamento palestino, Aziz Duaik, disse que a decisão de Israel será contraproducente.

"Esta foi uma decisão falha e os israelense precisam repensar sua decisão. (A decisão) vai apenas aumentar o ódio", disse.

O Hamas empossou no sábado 74 membros do Parlamento, o Conselho Legislativo Palestino, em cerimônias em Ramallah e na Cidade de Gaza.

Autoridades do Hamas rejeitam sugestões de que deveriam reconhecer o Estado de Israel e iniciar negociações, mas deu pistas de que manteria o diálogo com Abbas.

Ainda no domingo, aeronaves israelenses mataram dois palestinos, suspeitos de colocarem bombas perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

Os homens, que foram atingidos por um míssil perto da cerca com a fronteira em Kouza, seriam membros dos Comitês de Resistência Popular, que já realizou ataques contra alvos israelenses.

Fonte: BBC

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